“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 31 de julho de 2015

RECOMENDAÇÕES AOS EVANGELIZADORES.


O bom Pastor se arrisca perder a própria vida para trazer de volta a ovelha desgarrada.

RECOMENDAÇÕES AOS EVANGELIZADORES.


13 de agasto de 1944.

 Diz Jesus:  “Desde janeiro, desde quando Eu te fiz ver a ceia na casa de Simão, o leproso, tu, e quem te guia, desejastes conhecer mais sobre Maria de Magdala e que palavras Eu tive para ela. Sete meses depois, Eu vos descubro estas páginas do passado, para contentar-vos e para dar uma norma aqueles que devem saber inclinar-se sobre estas leprosas da alma, e uma palavra que conceda a essas infelizes, que se sufocam em seu sepulcro de vícios, ao tentarem sair dele.  Deus é bom. Ele é bom com todos. Ele não mede com medidas humanas.  Não faz diferença entre pecado e pecado mortal. O pecado o entristece, seja ele qual for. O arrependimento o faz ficar alegre e pronto para perdoar. A resistência a graça o torna inexoravelmente severo, porque a Justiça não pode perdoar ao impenitente, que morre assim mesmo com todos os auxílios que tiver recebido para que se convertesse. Mas, nas conversões que falharam, se não a metade, pelo menos quatro décimos têm como causa primeira o descuido dos que estão á frente do trabalho de conversão, por um zelo mal entendido e mentiroso que, como um toldo descido sobre um real egoísmo e orgulho, pelos quais ficam eles tranqüilos em seu próprio abrigo, sem descerem para o meio da lama, a fim de arrancar dela um coração. “Eu sou puro. Eu sou digno de respeito. Não vou aos lugares onde há corrupção moral, nem onde me podem faltar com a reverencia.” Mas quem fala assim não leu o Evangelho naquele ponto onde está dito que o Filho de Deus veio para converter os publicanos e as meretrizes, além das pessoas honestas que assim o eram, ainda que somente segundo a Lei Antiga? Não pensará esse tal que o orgulho é uma impureza da mente, e que a falta de caridade é uma impureza do coração? Ficarás vilipendiado? Eu já o fui antes, e mais do que tu, e Eu era o Filho de Deus. Deverás andar com tuas vestes sobre as imundícies? E Eu, não toquei com as minhas mãos esta imundície, para pô-la de pé e dizer-lhe: “Caminha por este novo caminho”? Não vos lembrais do que foi que Eu disse aos vossos primeiros predecessores? “Em qualquer cidade ou vila em que entrardes, informai-vos sobre quem há nela que o mereça, e ficai na casa dele.” Isto para que o mundo não fique murmurando. O mundo que é fácil demais para ver o mal em todas as coisas.
 Mas Eu acrescentei: “Ao entrardes nas casas, - ”casas”, Eu disse, e não “casa” - saudai-as dizendo: “Paz a esta casa”. Se a casa for digna, a paz virá sobre ela e, se não for digna, voltará para vós.” Isto é para ensinar-vos que, enquanto não houver uma prova certa de impenitência, deveis ter para com todos um mesmo coração. E Eu completei o ensinamento, dizendo: “E, se algum não vos recebe e não escuta as vossas palavras, ao sairdes daquelas casas e daquelas cidades, sacudi a poeira que ficou pegada á sola de vossos pés.” A fornicação nos bons, pelos quais a Bondade é constantemente amada, faz que eles sejam como um dado de vidro liso, e ela não é mais do que pó. Um pó que, basta que o sacudamos, ou que sopremos sobre ele, para que ele voe, sem deixar nenhuma lesão. Sede verdadeiramente bons. Formal um só bloco, com a Bondade 39 eterna no centro. E nenhuma corrupção será capaz de subir para vos sujar, a não ser nas solas de vossos pés, pois estão apoiados no chão. A alma fica muito ao alto. A alma de quem é bom e de quem faz uma coisa só com Deus. A alma está no Céu. Até lá não chegam nem a poeira nem a lama, nem mesmo quando esta é jogada com ódio contra o espírito do apóstolo. A carne pode ferir-vos. Ferir-vos, quer dizer, materialmente, moralmente, perseguindo-vos, porque o Mal odeia o Bem, ou ofendendo-vos. E que tem isso? Também Eu não fui ofendido? Não fui ferido? Mas será que aqueles golpes ou aquelas palavras obscenas ficaram gravadas em meu Espírito? Será que o perturbaram? Não. Será como um cuspo lançado contra um espelho, ou como uma pedra jogada contra a polpa suculenta de uma fruta: deslizam sem conseguirem penetrar, ou penetram, mas somente na superfície, sem ferirem o germe que está dentro do caroço, e, pelo contrário, até o ajudam a nascer, porque é mais fácil sair para fora de uma massa já meio aberta, do que de uma completamente fechada. É morrendo que o grão germina e que o apóstolo produz. Morrendo materialmente ás vezes, morrendo quase diariamente, num sentido metafórico, porque com isso fica mais do que machucado o eu do homem. E isso não é morte: é Vida. Triunfa o espírito sobre a morte da humanidade.  Vinda a Mim por um capricho de ociosa, que não sabe como encher suas  horas de ócio, os seus ouvidos atordoados pelas mentirosas gentilezas de quem a acarinhava com hinos á sensualidade, para poder tê-la como escrava, aos seus ouvidos ressoou a voz límpida e severa da Verdade. Da Verdade que não tem medo de ser escarnecida e incompreendida e que fala suas palavras olhando para Deus. E, como um coro de sinos em festa, todas as vozes se fundiram na Palavra. São as vozes usadas para ressoarem nos Céus, no azul livre do ar, propagando-se por vales e colinas, planícies e lagos, para fazer lembradas as glórias do Senhor e suas festividades. Não vos lembrais do repicar festivo dos sinos em festa, que nos tempos de paz tornava tão alegre o dia dedicado ao Senhor? O sino maior dava com seu badalo que suscitava o som, o primeiro toque em nome da Lei divina. Ele dizia: “Eu estou falando em nome de Deus, Juiz e Rei.” E depois os sinos menores arpejavam: “que é bom, misericordioso e paciente”, até que chegou a vez do sino mais sonoro, com sua voz de anjo, dizer: “cujo amor o leva a perdoar e a compadecer-se, para vos ensinar que o perdão é mais útil do que o rancor, e que é melhor ter compaixão do que ser inexorável. Vinde a quem perdoa. Tende fé em quem se compadece”.  Eu também, depois de ter feito que seja lembrada a Lei, que foi pisada pela pecadora, fiz cantar a esperança do perdão. Como uma faixa verde e azul de seda, eu a sacudi por entre as tintas pretas, para que aí ela colocasse as suas reconfortantes palavras. O perdão! Ele é uma orvalhada sobre o ardor em que está o culpado. A orvalhada não é o granizo que fere, como uma flecha, que golpeia, ricocheteia e depois vai-se, sem penetrar, matando a flor. O orvalho desce de um modo tão leve, que a flor, ainda que seja muito delicada, não o sente pousar-se sobre suas pétalas de seda. Mas depois ela bebe o frescor dele e se restaura. O orvalho vai pousar também junto ás raízes, sobre a gleba esturricada, e vai até além... E uma umidade de lágrimas, e um pranto das estrelas, amoroso pranto das nutrizes sobre os filhos que têm sede e que desce, esse mesmo, restaurador, junto com o leite gostoso e fecundo. Oh! Os mistérios dos elementos que trabalham par a ele, mesmo quando o homem toma o seu descanso, ou quando peca! O perdão é como este orvalho. Ele traz consigo, não somente a limpeza, mas os sucos vitais, arrebatados, não dos outros elementos, mas das lareiras divinas. Depois, após a promessa de perdão, eis a Sabedoria que fala, e diz o que é ou não é lícito, e nos chama e sacode. Não o faz por dureza. Mas pela solicitude materna de salvar. Quantas vezes a vossa pederneira se faz ainda mais impenetrável e agressiva para com a Caridade que sobre vós se inclina!... Quantas vezes a evitais, quando Ela vos quer falar!... Quantas vezes não zombais dela! Quantas vezes a odiais!... Se a Caridade usasse para convosco dos modos de que usais para com Ela, o que seria de vossas almas?! Mas, vede como é o contrário. Ela é a Incansável Caminhante, que vem á procura de vós. Ela vem procurar-vos, mesmo quando vos entocais em vossas nojentas tocas.  Por que Eu quis ir àquela casa? Por que não operei nela o milagre? Para ensinar aos apóstolos como agir, desafiando os preconceitos e as críticas para cumprir um dever tão alto, que esta acima dessas coisinhas do mundo. Por que Eu disse a Judas aquelas palavras? Os apóstolos eram muito homens. Todos os cristãos são muito homens, até os santos da terra o são, ainda que de maneira menor.
                                            Todo bom Pastor leva suas ovelhas a bons pastos.

 Alguma coisa de humano persiste até nos perfeitos. Mas os apóstolos ainda não eram perfeitos. Os pensamentos deles estavam cheios do que é humano. Eu os levava para o alto. Mas o peso da humanidade deles os puxava para baixo. Para fazer que eles descessem sempre menos. Eu devia colocar no caminho da subida algumas coisas próprias para parar a descida, de modo tal, que, indo de encontro a elas, eles parassem, meditassem e repousassem, para depois subirem mais, até além do limite de antes. Coisas que fossem de primeira qualidade, a fim de persuadi-los de que Eu era Deus. Por exemplo, a introspecção das almas, a vitoria sobre os elementos, os milagres, a transfiguração, a ressurreição e a ubiqüidade. Eu estive na estrada de Emaús, enquanto estava no Cenáculo e, a hora daquelas duas presenças, verificadas pelos apóstolos e discípulos, foi uma das razões que mais os impressionou, soltando-os de seus laços e dirigindo-os para os caminhos de Cristo. Mais do que para Judas, que já incubava em si o plano da morte, Eu falei para os outros onze. Que Eu era Deus, era o que Eu necessariamente devia fazer brilhar diante dos olhos deles, não por orgulho, mas por necessidade de sua formação. Eu era Deus e Mestre. Aquelas minhas palavras diziam que Eu era isto. Eu me revelo com uma faculdade extra-humana, e ensino uma perfeição: não ter discursos maus, nem mesmo com o nosso interior. Pois que Deus está vendo e Deus deve ver um interior puro, para poder nele descer e aí fazer sua morada. Por que não operei o milagre naquela casa? Para fazer que todos compreendessem que a presença de Deus exige um ambiente puro. Pelo respeito à sua excelsa majestade.
 Para falar sem a palavra nos lábios, mas com uma palavra ainda mais profunda, ao espírito da pecadora, e dizer-lhe: “Estás vendo, infeliz? Estás tão suja, que tudo ao redor de ti fica sujo. Tão sujo, que aí Deus não pode operar. Tu estás suja mais do que estes. Porque tu repetes a culpa de Eva e ofereces o fruto aos Adãos, tentando-os, afastando-os do Dever. Tu, ministra de Satanás”. Por que não quero que seja chamada “Satanás” pela mãe angustiada? Por que nenhuma razão justifica o insulto e o ódio. A primeira necessidade, a primeira condição para termos Deus conosco é não termos rancor e sabermos perdoar. A segunda necessidade é sabermos reconhecer que também nós, ou quem é nosso, é culpado. Não vejamos somente a culpa dos outros. A terceira necessidade é sabermos conservar-nos gratos e fiéis, depois de termos recebido graças, e fazendo o que é justo para com o Eterno. Infelizes daqueles que, depois de receberem a graça, ficam piores do que cães, pois já não se lembram do seu Benfeitor, enquanto que o animal se lembra dele!  Eu não disse uma palavra á Madalena. Como se ela fosse uma estátua, Eu a olhei por um instante, e depois a deixei. Voltei para os “vivos”, que Eu queria salvar. A ela, uma matéria morta como e mais do que um mármore esculpido, Eu a envolvi com uma indiferença aparente. Mas Eu não disse nem uma palavra, nem fiz ato algum que não tivesse como alvo principal a sua pobre alma, que Eu queria redimir. E a última palavra: “Eu não insulto. Não insultes. Reza pelos pecadores. E Nada mais”, é como uma grinalda de flores que se terminou, e tal palavra vai juntar-se com a primeira palavra, que foi dita lá sobre o monte: “O perdão é mais útil do que o rancor, e a compaixão do que a inexorabilidade.” E a fecharam, á pobre infeliz, em um círculo aveludado, fresco, perfumado pela bondade, fazendo-a perceber como servir a Deus é diferente daquela feroz escravidão a Satanás, e como é suave o perfume celeste, em comparação com o fedor da culpa, e como é repousante ser amados santamente, em comparação com ser possuídos satânicamente. Vede como o Senhor usa de medidas em seu querer. Ele não exige conversões fulminantes. Não pretende ter de um coração o absoluto. Sabe esperar. E sabe contentar-se. E, enquanto espera que a perdida encontre de novo o caminho, que a louca encontre a razão, Ele se contenta com tudo o que lhe puder dar a mãe transtornada pela dor. Eu não lhe pergunto mais do que isto: “Podes perdoar?” Quantas outras coisas Eu teria tido que perguntar-lhe, para torná-la digna do milagre, se Eu tivesse que julgar conforme as medidas humanas. Mas Eu meço divinamente as vossas forças. Aquela pobre mãe transtornada já estaria fazendo muito, se conseguisse perdoar. E Eu lhe pergunto somente isto, naquela hora. Depois, entregando-lhe o filho, lhe digo: “Sê santa, e faze santa a tua casa”. Mas, enquanto o espasmo a transtorna, não lhe peço senão o perdão para a culpada. Não se pode exigir tudo de quem, pouco antes, estava no nada das trevas. Aquela mãe viria depois á luz total, e com ela a esposa e os meninos. No momento, aos seus olhos, cegos de tanto chorar, era preciso que se fizesse chegar o primeiro crepúsculo da luz: o perdão, que é a aurora do dia de Deus.  Nos presentes, só um - não estou contando Judas, pois falo dos cidadãos lá acolhidos e não dos meus discípulos - só um não teria vindo à Luz. Estes malogros estão juntos com as vitórias do apostolado. Há sempre alguém por quem o apóstolo se afadiga em vão. Mas essas derrotas não o devem fazer perder o alento. O apóstolo não deve pretender conseguir tudo. Contra ele há forças adversas, que têm muitos nomes, e que, como tentáculos de polvos, pegam de novo a presa, que ele lhes havia arrebatado. O merecimento do apóstolo permanece igual. Infeliz do apóstolo que diz: “Eu sei que lá não poderei  converter, e por isso, não vou. Esse é um apóstolo de bem pouco valor. É preciso ir, mesmo que entre mil só um se salve. Sua jornada apostólica será frutuosa com aquele homem, como se fossem mil. Porque ele terá feito tudo o que podia, e Deus lhe dá o prêmio por isso. É preciso também pensar que onde o apóstolo não pode conseguir conversões, por que os que precisam da conversão estão por demais seguros pelas garras do demônio e, quando as forças do apóstolo são inferiores ao esforço que delas se requer, nesse caso Deus pode intervir. E, então? Quem é mais do que Deus?
 Outra coisa que deve absolutamente praticar o apóstolo é o amor. Amor manifesto. Não somente o amor secreto, que existe no coração dos irmãos. Aquele basta para os bons irmãos. Mas o apóstolo é operário de Deus, e não deve limitar-se a rezar: deve agir. Aja com amor. Com grande amor. O rigor paralisa o trabalho do apóstolo e o movimento das almas para a Luz. Não rigor, mas amor. O amor é a veste de amianto, que torna uma pessoa inatacável pelas labaredas das paixões. O amor é a saturação de essências preservadoras, que impedem que a podridão humano-satânica penetre em nós. Para se conquistar uma alma, é preciso saber amá-la. Para se conquistar uma alma é preciso levá-la a amar. Amar o Bem, repudiando os seus próprios pobres amores de pecado. Eu queria a alma de Maria. E, como para ti, pequeno João, Eu não me limitei a falar de minha cátedra de Mestre. Eu desci a procurá-la pelos caminhos do pecado. Eu a acompanhei e persegui com o meu amor. Doce perseguição! Entrei, Eu-Pureza onde estava ela-impureza. Não tive medo de escândalo, nem para Mim, nem para os outros. Escândalo em Mim não podia entrar, porque Eu era Misericórdia. E esta chora, sim, sobre as culpas, mas não fica escandalizada por elas. Infeliz do pastor que se escandaliza, e atrás deste pára-vento, se entrincheira para abandonar uma alma! Não sabeis que as almas são mais dispostas do que os corpos a ressurgir e que a palavra piedosa e amorosa, que diz: “Minha irmã, levanta-te para o teu bem”, opera muitas vezes o milagre?


Eu não tinha medo do escândalo dos outros. Diante dos olhos de Deus, o que Eu fazia estava justificado. Diante dos olhos dos bons estava compreendido. O olho mau no qual fermenta malícia, evaporando-se de um interior corrompido, não tem valor. Ele acha culpa até em Deus. Não vê ninguém perfeito, a não ser ele mesmo. Por isso, Eu não o curava. As três fases da salvação de uma alma são:  
Ser tanto mais íntegros, quanto possível, para poder falar sem o temor de ficar obrigados ao silêncio.
 Falar a toda uma multidão, de tal modo que a nossa palavra apostólica, dita ás turbas que se aglomeram ao redor da barca apostólica, vá fazendo círculos como a onda, atingindo sempre pontos mais distantes, até chegar á beira lamacenta, onde estão estendidos aqueles que se estancaram na lama, e não se preocupam com o conhecimento da Verdade. Este é o primeiro trabalho, para romper a crosta da gleba dura e prepará-la para receber a semente. Isto é o mais difícil para quem o faz e para quem o recebe, porque a palavra deve, como um vômer cortante, ferir para abrir. E na verdade Eu vos digo que o coração do apóstolo bom se fere e derrama seu sangue, pela dor de ter que ferir para abrir. Mas também esta dor é fecunda. Com o sangue e o pranto do apóstolo, torna-se fértil a gleba inculta.
 Segunda qualidade: Operar também naquele lugar em que alguém, menos compenetrado de sua missão, dela teria fugido. Sacrificar-se no esforço de arrancar a cizânia, a tiririca e os espinheiros para pôr a nu o terreno arado a fim de fazer brilhar sobre eles, como o Sol, o poder de Deus e sua bondade e, ao mesmo tempo, trabalhando como juiz e como médico, ser severo, sem deixar de ser compassivo, saber parar numa pausa de espera para dar tempo às almas de superar a crise, meditar, decidir.
Terceiro ponto: Não só com a alma que no silêncio se arrependeu, chorando e pensando nos seus erros, ousa vir timidamente, temerosa de ser expulsa, até chegar ao apóstolo, que o apóstolo tenha um coração maior do que o mar, um coração mais doce de que um coração de mãe, mais enamorado que um coração de esposo, e o abra todo, para fazer que fluam dele ondas de ternura. Se tivésseis Deus em vós, Deus que é Caridade, encontraríeis facilmente as palavras de caridade a serem ditas ás almas. Deus falará em vós e por vós e, como o mel que escorre de um favo e bálsamo que flui de uma ampola, o amor chegará até os lábios ressequidos e enfastiados, chegará aos espíritos feridos, e será alívio e remédio. Fazei que os pecadores vos amem, ó vós, doutores das almas. Fazei que sintam o sabor da Caridade celeste e se rendam a Ela, cheios do desejo de não procurarem nunca mais outro alimento. Fazei que sintam na vossa doçura um tal alívio, que o procurem para todas as suas feridas. É preciso que a vossa caridade expulse para longe deles todo o temor, porque, como diz a epístola que leste hoje: “O temor supõe o castigo, e quem teme, não está perfeito na caridade.”
 Mas não o está também aquele que faz temer. Não digais: “Que foi que eu fiz?” Não digais: “Vai-te embora” Não digais: “Tu não podes gostar do amor bom.” Mas, dizei assim, dizei-o em meu nome: “Ama, e eu te perdôo.” Dizei “Vem, os braços de Jesus estão abertos.” Dizei: “Prova deste Pão angélico e desta Palavra, e esquece-te do piche do inferno e das zombarias de Satanás.”
 Fazei-vos como animais de carga para suportar as fraquezas dos outros. O apóstolo há de suportar as suas e as dos outros. E, enquanto estiverdes vindo a Mim, trazendo nos ombros as ovelhas feridas, tranqüilizai a estas errantes, e dizei-lhes: “Tudo está esquecido, a partir deste instante.” Dizei: “Não tenhas medo do Salvador. Ele veio do Céu para ti, precisamente para ti. Eu não sou mais do que uma ponte para levar-te a Ele, que te está esperando, do outro lado do rio da absolvição penitencial, para conduzir-te ás suas pastagens santas, cujos princípios estão aqui nesta terra, mas continuam depois, com uma beleza eterna que nutre e faz feliz nos Céus. “
Eis o comentário. A vós pouco interessa, a vós, ó ovelhas fiéis ao Bom Pastor. Mas, se a ti, ó pequena esposa, trouxe um aumento de confiança, para o Padre haverá ainda mais luz, na sua luz de juiz, e para muitos será um estímulo para irem ao Bem. Mas será uma orvalhada que penetra e que nutre, da qual Eu falei, e que faz reviverem as flores que estavam murchas. Levantai vossas cabeças. O Céu está acima. Vai em paz, Maria. O Senhor está contigo.”


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 4 pgs 38,39,40,41,42,43,44,45,46) 

UM SEMEADOR SAIU PARA SEMEAR.


A PALAVRA DE DEUS NÃO PRODUZ O MESMO EFEITO EM TODOS OS CORAÇÕES.


Diz Jesus:

 "De Cafarnaum até aqui, Eu vim pensando que palavras vos iria dizer. E encontrei quais eram as mais adequadas, ao relembrar os fatos desta manha. Vós vistes os três homens que vieram a Mim. Um veio espontaneamente, outro, porque foi por Mim convidado, e o terceiro, porque entusiasmou-se de repente. E vistes também que daqueles três Eu fiquei só com dois. Porque será? Teria Eu visto um traidor no terceiro? Em verdade, não. Mas vi nele alguém ainda despreparado. Pelas aparências, o que parecia mais despreparado era esse, que agora está aqui ao meu lado, pois antes estava com a intenção de ir sepultar o seu pai. Mas é que o mais despreparado era o terceiro. Este era tão preparado que mesmo sem saber, soube fazer um sacrifício bem heróico. O heroísmo em seguir a Deus é sempre uma prova de uma forte preparação espiritual. Isto é o que explica alguns fatos surpreendentes, que acontecem ao redor de Mim. Os mais preparados para receber Cristo, seja qual for a sua casta ou cultura, costumam vir a Mim com uma prontidão e uma fé absolutas. Os menos preparados ficam observando-me, como se Eu fosse um homem que foge do que é costumeiro ou então me ficam estudando com desconfiança e curiosidade, ou ainda, me atacam e me denegrecem, acusando-me de várias coisas. As diversas atitudes tomadas estão na proporção da falta de preparação dos espíritos. No povo eleito deveriam encontrar-se por toda parte espíritos prontos para receber este Messias, em cuja espera consumiram-se em desejos os Patriarcas e os Profetas, este Messias, que finalmente veio, precedido e acompanhado por todos os sinais que estavam profetizados, este Messias, cuja figura espiritual se delineia sempre mais clara, por meio dos milagres visíveis sobre os membros e os elementos e os milagres invisíveis, realizados sobre as consciências dos que se convertem e sobre os pagãos que se voltam para o Verdadeiro Deus. Mas assim não é. Pois a prontidão em seguir o Messias é fortemente obstaculizada, justamente entre os filhos deste povo, e é doloroso dizer-se, o é tanto mais, quanto mais se sobe por entre as classes mais altas deste mesmo povo. Eu não digo isto para vos escandalizar. Mas sim, para induzir-vos a rezar e a refletir. Por que acontece isso? Por que os pagãos e os pecadores procuram andar mais pelo meu caminho? Por que eles acolhem mais o que Eu digo, e os outros não? E porque os filhos de Israel estão ancorados, como ostras que produzem pérolas, no lugar em que nasceram?
 Porque estão saturados, empanturrados, obesos com a sabedoria deles, e não sabem abrir caminho para a minha, jogando fora o supérfluo, para darem lugar ao necessário. Os outros não tem esta escravidão. São eles pobres pagãos, ou pobres pecadores, ainda desancorados como barcos à deriva, são pobres que não possuem tesouros próprios, mas somente fardos de erros ou de pecados, dos quais se despojam com alegria logo que conseguem compreender o que é a Boa Nova, e sentem nesta um mel fortificante bem diferente da insípida mixórdia dos seus pecados. Ouvi, e talvez podereis compreender melhor como podem haver frutos diferentes de uma mesma obra.
Um semeador saiu para semear. Seus campos eram muitos e de qualidades diferentes. Havia alguns, que ele tinha herdado de seu pai e sobre os quais havia deixado proliferar plantas espinhosas. Outros haviam sido adquiridos por ele, e ele os comprara do jeito em que estavam, de um dono negligente, e tais como eram os deixou. Outros ainda, haviam sido entrecortados por estradas, pois o homem era um grande comodista e não queria andar muito para ir de um lugar para outro. Enfim, havia alguns, os mais próximos da casa, dos quais ele tomava cuidado, só para que dessem um aspecto agradável à frente da casa. Estes estavam bem limpos de pedregulhos, de espinhos, da grama e assim por diante. O homem, pois, tomou o seu saco de grãos para ir semear grãos da melhor qualidade, e começou a semeadura. A semente caiu no terreno bom, fofo, arado, limpo e adubado dos campos próximos à casa. Caiu também nos campos entrecortados por caminhos e trilhas, que os parcelava levando, além disso, a sujeira da poeira árida para cima da terra fértil. Outras sementes caíram sobre os campos, onde a inépcia do homem tinha deixado que crescessem as plantas espinhosas. Agora o arado as havia revirado, e nem parecia que elas estivessem mais ali, mas elas estavam, porque somente o fogo é que é a radical destruição das ervas más, impedindo-as de nascer. As últimas sementes caíram nos campos comprados ultimamente, e que ele tinha deixado como estavam, sem destorroá-los em profundidade, sem limpá-los de todas as pedras afundadas na terra e fazendo com ela um pavimento duro no qual não conseguiam agarrar-se as tenras raízes. Depois, tendo semeado todas as sementes, voltou para casa, e disse: "Agora está tudo bem. É só esperar as colheita."
 E assim se alegrava quando, com o correr dos meses, podia já ver,  à frente de sua casa, o trigo que ia germinando e crescendo... Oh! Crescia como um tapete macio e já ia soltando espigas... Parecia um mar, lourecendo e batendo espigas contra espigas, cantando hosanas ao sol.
 O homem dizia: "Como este campo devem estar todos os outros. Preparemos as foices e os celeiros. Quanto pão! Quanto ouro!" E estava feliz. Cortou o trigo dos campos mais próximos, depois passou aos que herdou do pai, mas ele os tinha deixado virar mato. E o homem ficou muito aborrecido. Todos os grãos haviam nascido, porque os campos eram bons e a terra adubada pelo pai estava gorda e fértil. Mas sua fertilidade tinha sido boa também para as plantas espinhosas, que ficaram cobertas pela terra, reviradas com ela, mas não esterilizadas. Elas tinham renascido e formado um verdadeiro forro de ramagens cheias de espinhos, através das quais o trigo não tinha podido passar para cima, a não ser com uma espiga aqui, outra acolá, e morreu quase todo sufocado. O homem disse: "Eu fui negligente com este campo. Mas nos outros não havia espinheiros, e deverão estar melhores. Passou então aos campos recentemente adquiridos. Lá seu espanto cresceu, até transformar-se em tristeza. Finas e já ressecadas, as folhas do trigo estavam espalhadas por toda parte, como feno seco. Feno seco! Mas, como? Como foi isso?, gemia o homem. E, no entanto, aqui não há espinhos! E, além disso, a somente do trigo era a mesma.

 E aqui também ela tinha nascido, e o trigal estava tão viçoso, que dava alegria vê-lo! Pode-se ver ainda como suas folhas estavam bem formadas e grande número. Por que será que aqui o trigo todo morreu sem produzir espigas?" E, com grande tristeza, pôs-se a cavar o solo, para ver se encontrava ninhos de toupeiras, ou outras pragas. Insetos e roedores, não havia. Mas, que quantidade de pedras! Um verdadeiro pedregal! Os campos estavam literalmente calcetados com escamas de pedras, e a pouca terra que as cobria era um engano. Oh! Se tivesse afundado mais o arado, enquanto era tempo! Oh! Se ele tivesse feito escavações, antes de aceitar aqueles campos e de comprá-los como se fossem bons! Oh! Pelo menos, depois daquele erro de adquirir o que era oferecido, sem ter-se informado da boa qualidade deles, se ele os tivesse feito ficar bons, à custa do cansaço de seus rins! Mas agora já era tarde e inúteis eram quaisquer queixumes. O homem se pôs de pé, arrasado, e dali se foi para os campos entrecortados por pequenas caminhos, feitos para sua comodidade... E rasgou suas vestes de tristeza. Aqui não havia nada. Absolutamente nada... A terra escura do campo estava coberta por uma ligeira camada de pó branco... O homem se agachou no chão, e gemia dizendo: "Mas, por que? Aqui não há espinhos, nem pedras, pois estes campos antes já eram nossos. Meu avô, meu pai, eu, sempre os possuímos e, por anos e anos, os fomos tornando férteis. Neles eu abri estradas, terei tirado alguma terra do campo, mas isso não é o que o terá feito ficar estéril assim..." Ainda estava ele chorando, quando recebeu, para sua tristeza, a resposta, dada por um cerrado bando de passarinhos, que estavam chegando esfomeados, vindos dos caminhos para o campo e dos campos para os caminhos para procurarem continuamente sementes de trigo, e mais e mais sementes... O campo havia-se transformado numa rede de pequenos caminhos, em cujas beiras o trigo semeado tinha caído, e havia atraído muitos passarinhos, e estes, primeiro comeram os grãos na estrada e depois os plantados no campo, até o ultimo grão. Desse modo, a semente, igual para todos os campos, num havia produzido cem por um, noutro sessenta, noutro trinta e noutro nada.
 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. A semente é a Palavra: é igual para todos. O lugar onde cai a somente são os vossos corações. Cada um aplique a si a parábola e compreenda.
A paz esteja convosco."


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 3 pgs 151,152,153,153,155,156)

AMAR A VONTADE DE DEUS.

Na outra vida existe a Luz e a Escuridão, e nada mais, portando desejem a Luz, fazendo a vontade de Deus.


 AMAR A VONTADE DE DEUS.

 1° de junho de 1945.

...e Jesus, tendo-se encosta do no monte, começa a falar.  "A vontade de Deus nos deteve neste lugar, porque ir para adiante, depois da caminhada que já fizemos, teria sido uma violação dos preceitos e motivo de escândalo. E que isto não aconteça nunca, enquanto a Nova Aliança não for escrita. É justo santificar as festas e louvar o Senhor nos lugares de oração. Mas todo lugar criado por Deus, pode ser lugar de oração, desde que as criaturas saibam fazê-lo com sua elevação para o Pai. A Arca de Noé, à deriva sobre as águas, foi lugar de oração; e lugar de oração para Jonas foi o ventre da baleia. Foi lugar de oração a casa do Faraó, enquanto José nela morou, e a tenda de Holofernes para a casta Judite. E não era tão consagrado ao Senhor o lugar corrompido onde vivia como escravo o profeta Daniel, consagrado por causa da santidade do servo que santificava aquele lugar,  a ponto de merecer as altas profecias sobre o Cristo e o Anticristo, chaves dos tempos de agora e dos últimos tempos? Com maior razão, santo é este lugar que, por suas cores, pelos seus perfumes, pela pureza do seu ar, pela riqueza dos seus trigais e pelas pérolas de suas orvalhadas, fala de Deus Pai e Criador, e diz: "Eu creio. E vós também credes, porque nós damos testemunho de Deus." Seja ele para nós a sinagoga, neste sábado e nele leiamos as páginas eternas sobre as corolas e as espigas, tendo como lâmpada sagrada o sol. Eu vos falei de Daniel. Disse-vos: "Seja este lugar a nossa sinagoga". Isto nos faz lembrar do jubiloso "bendizei" dos três santos jovens entre as chamas da fornalha: "Céus e águas, orvalhos e geadas, gelos e neves, fogos e cores, luzes e trevas, relâmpagos e nuvens, montes e colinas, todas as coisas germinadas, passarinhos, peixes e feras, louvai e bendizei o Senhor, juntos com os homens de coração humilde e santo". Este é um resumo do cântico santo, que tanto ensina aos humildes e santos. Podemos rezar e podemos merecer o Céu em qualquer lugar. Nós o merecemos, quando fazemos a vontade do Pai.  Quando este dia começou, fizeram-me observar que, se tudo vem da vontade de Deus, também os erros dos homens são queridos por ela. Isto é um erro e um erro muito difundido. Haverá um pai que possa querer que seu filho se torne condenável? Não pode. O que vemos, até nas famílias, são alguns filhos que se tornam condenáveis, mesmo tendo eles um pai justo, que lhes mostra o bem que se deve fazer e o mal do qual se deve fugir. E ninguém que seja reto, acusa aquele pai de ter incitado o filho para o mal. Deus é o Pai, os homens são os filhos. Deus mostra o bem, e diz: "Eis que eu te ponho nesta contingência para o teu bem", ou também quando o Maligno e os homens seus servos procuram infelicidade para os homens, Deus diz: "Eis que nesta hora penosa tu ages assim, e, assim fazendo, este mal vai servir para um eterno bem."
 Vos aconselha. Mas não vos força. E então se alguém, mesmo sabendo qual é a vontade de Deus, prefere fazer tudo ao contrário, pode-se dizer que esse oposto é que é a vontade de Deus? Não se pode.
Amai a vontade de Deus. Amai-a mais do que à vossa e segui-a contra as seduções e potências das forças do mundo, da carne e do demônio. Também essas coisas têm as suas vontades. Mas em verdade Eu vos digo que é bem infeliz quem a elas se apega. Vós me chamais Messias e Senhor. Vós dizeis que me amais e me cantais hosanas. Vos me seguis, e isso parece amor. Mas, em verdade, Eu vos digo que nem todos entre vós entrarão comigo no Reino dos Céus. Mesmo entre os meus mais antigos e próximos discípulos, haverá aqueles que ali não entrarão, porque muitos farão a sua vontade e a vontade da carne, do mundo e do demônio, mas não a do meu Pai. Não quem me diz: "Senhor! Senhor!" entrará no Reino dos céus, mas os que fazem a vontade de meu Pai. Somente esses entrarão no Reino de Deus. Dia virá no qual Eu, que vos estou falando, depois de ter sido Pastor, serei Juiz. Que não vos iluda o aspecto atual. Agora, meu cajado reúne todas as almas dispersas e é doce para vos convidar a vir às pastagens da Verdade. Então o cajado será substituído pelo cetro do Juiz Rei, e bem outro vai ser o meu poder. Não com doçura, mas com uma justiça inexorável, é que Eu irei separar as ovelhas apascentadas pela Verdade das que misturaram a Verdade com o Erro ou nutriram-se somente com o Erro. Uma primeira vez, e depois ainda uma outra Eu farei isto. E ai daqueles que, entre a primeira e a segunda aparição diante do Juiz, não se tiverem purificado, pois não poderão mais purificar-se dos seus venenos. A terceira categoria não se purificará. Pena alguma conseguiria purificá-la. Ela quis somente o erro, e que no erro fique. E mesmo entre estes, ainda haverá quem gema, dizendo: "Mas como, Senhor? Nós não profetizamos em teu nome, em teu nome não expulsamos os demônios, em teu nome não fizemos muitos prodígios?" E Eu, naquele momento, com toda a clareza, lhes direi: "Sim. Vós ousastes revestir-vos com o meu Nome a fim de parecerdes ser quem não éreis. Quisestes fazer passar o vosso satanismo, como se estivésseis vivendo vossa vida em Jesus. Mas o fruto de vossas obras vos acusa. Onde estão os que vós salvastes? As vossas profecias, onde foi que se cumpriram? Os vossos exorcismos, a que conclusão chegaram? Os vossos prodígios, que cúmplice tiveram? Oh! bem que tem poder o meu inimigo! Mas não é maior do que o meu. Ele vos ajudou, mas foi paira fazerdes maior presa e, por vosso trabalho, o círculo dos pervertidos pela heresia cresceu muito. Sim, vós fizestes prodígios. E até, aparentemente, maiores do que os dos verdadeiros servos de Deus, os quais não são estriões para fazerem as multidões ficarem embasbacadas, mas têm uma humildade e uma obediência que fizeram ficar maravilhados os anjos. Estes, os meus verdadeiros servos, com suas imolações, não criam fantasmas, mas os destroem nos corações; estes, os meus verdadeiros servos, não se impõem aos homens, mas mostram Deus às almas dos homens. Eles não fazem mais que a vontade do Pai, e levam os outros a cumpri-la, assim como a onda impele e atrai a onda que a precede e a que a segue, sem precisar colocar-se em um trono, para dizer a elas: "Prestai atenção!"
 Eles, os meus verdadeiros servos, fazem o que Eu digo, sem pensar senão em fazê-lo e as suas obras têm um sinal meu, uma paz inconfundível, de humildade e de ordem. Por isso, Eu posso dizer-vos: estes são os meus servos; a vós, Eu não vos conheço. Ide-vos embora, para longe de Mim, vós todos, praticantes de iniquidades.
 Isso será o que direi, então. E será esta uma palavra terrível. Tomai cuidado para que não a mereçais, e vinde pelo caminho seguro, ainda que difícil, da obediência, para alcançardes a glória do Reino dos céus. Agora, gozai do vosso repouso do sábado, louvando a Deus com todo o vosso ser. A paz esteja com todos vós."


( O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta, Vol 3, pgs 141,142,143,144,145)

quinta-feira, 30 de julho de 2015

MENSAGEM DE NOSSA SENHORA.


    MENSAGEM DE NOSSA SENHORA.


ORAÇÃO DE PROTEÇÃO DA FÉ CRISTÃ.


Quarta-Feira, 2 de Abril de 2014,16:27 h.

Minha filha, a conversão, Prometida pelo Meu Pai, começará este mês, e vai espalhar-se por todo o mundo, pelo Poder do Espírito Santo. As almas serão poupadas, e uma grande Misericórdia  será mostrada pelo meu Filho, aos pecadores mais endurecidos.
Muitas pessoas que não têm nenhuma crença em  Deus,  e vivem as suas vidas como se não houvesse Vida Eterna, serão as primeiras pessoas a quem o Meu Pai deseja que seja mostrada, a Luz da Verdade. Essas pessoas, são muito amadas, e a sua falta de crença será substituída por um amor e uma ânsia de reconciliação com Jesus Cristo, que foi abandonado por eles. As almas daqueles que cometeram pecados terríveis, e que estão infestados pela influência do diabo serão os próximos. Eles receberão grandes Graças, e a Misericórdia do meu Filho, que penetrará nos seus corações, tão repentinamente, que a conversão deles será instantânea. Tão inesperado será este Milagre que, quando eles começarem a espalhar as notícias dos Evangelhos, muitos despertarão e escutarão.
Será por causa da conversão dos mais aflitos, que muitas mais almas podem e serão salvas. Dependerá, então, de todos aqueles que já seguem a Verdade, se desejam ou não permanecer leais ao meu Filho, e aos Seus Ensinamentos. Serão essas as almas que mais sofrem, pois elas são de Deus e, por causa disso, todos os esforços serão feitos pelo maligno, para as atormentar com dúvidas sobre a Verdade. Serão essas almas afastadas para longe do meu  Filho,  as que o maligno mais cobiça.
Para proteção da fé dos Cristãos, em todos os lugares, recitai por favor esta Cruzada de Oração:

Cruzada de Oração (144) Para proteger a Fé Cristã
Ó Mãe da Salvação, por favor, intercedei a favor das almas dos Cristãos de todo o mundo.
Por favor, ajudai-os a preservar a sua fé e a permanecerem leais aos Ensinamentos de Jesus Cristo. Orai para que eles tenham a força de mente e espírito para defender a sua fé em todos os momentos.
Intercedei, querida Mãe, em seu nome, para abrirem os olhos para a Verdade, e para lhes ser dada a Graça de discernirem qualquer falsa doutrina que lhes seja apresentada, em Nome do vosso Filho.
Ajudai-os a permanecerem verdadeiros e leais servos de Deus, e a renunciarem ao mal e às mentiras, ainda que tenham que sofrer dor,  pelo  ridículo, por causa disso.
Ó Mãe da Salvação, protegei todos os vossos filhos, e rezai para que cada Cristão siga o caminho do Senhor, até ao seu suspiro de morte. Amém.

Filhos, Jesus ama a todos. Ele lutará sempre para vos proteger do mal, e Ele intervirá das formas mais extraordinárias para vos proteger, de todo o mal nos dias de trevas, que tereis de suportar em Seu Nome. Confiai em mim, a vossa amada Mãe, assim como eu intercederei em vosso favor, para vos levar para mais próximo do meu Filho, durante as provações, que aí vêem.
Obrigada por responderdes a este Chamamento do Céu.
A vossa amada Mãe.
Mãe da Salvação.
Mãe de Deus.

( O Livro da Verdade - Maria Divina Misericórdia)


O Livro da Verdade está mencionado em Daniel 10.21. É aqui que um misterioso Livro da Verdade é referido. Gabriel explica a Daniel que todas as coisas, que lhe têm sido reveladas acerca do futuro e do fim dos tempos, se encontram no Livro da Verdade. Daniel foi avisado para o selar pois ele será deixado para ser aberto num outro tempo, chamado “O Fim Dos Tempos”.

O LIVRO DA VERDADE foi avisado na Bíblia (Apocalipse 5, 1-9 e Daniel 10, 21).

Apocalipse 5, 1-9

E vi na mão direita do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. E vi um anjo forte, que dizia a grande brado: Quem é digno de abrir o livro, e de desatar os seus selos? E nenhum podia, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, por ver que ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem de olhar para ele. Porém, um dos anciãos me disse: Não chores! Eis aqui o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi, que pela sua vitória alcançou o poder de abrir o livro, e de desatar os seus sete selos. E olhei: E vi no meio dos anciãos um cordeiro como morto, que estava em pé, o qual tinha sete cornos, e sete olhos: que são os sete Espíritos de Deus, mandados por toda a terra. E veio: e tomou o livro da mão direita do que estava assentado no trono. E tendo aberto o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos se prostraram diante do Cordeiro, tendo cada um suas cítaras e suas redomas de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos: e cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és, Senhor de tomar o livro e de desatar os seus selos: porque tu foste morto, e nos remiste para Deus pelo teu sangue, de toda a tribo, e de toda língua, e de todo povo, e de toda nação.

Daniel 10,21
Mas eu te anunciarei presentemente o que está expresso na escritura da verdade: e em todas estas coisas ninguém me ajuda, senão Miguel, que é o vosso príncipe.

O LIVRO DA VERDADE é a continuação da Bíblia. Fonte: www.elgranavisomensajes.com




NÃO COMETER ADULTÉRIO.


NÃO COMETAS ADULTÉRIO.


 Onde é que se aninha o adultério? Onde há corrupção das mocinhas? Há quem tenha até duas ou três camas para o desregramento, além da sua própria de esposo, e sobre elas vai derramar o seu dinheiro e o vigor de um corpo que Deus lhe deu, cheio de saúde, a fim de que ele possa trabalhar pela sua família e não fique se esgotando em sujas uniões, que o colocam abaixo de um animal imundo?
Já ouvistes o que foi dito:" Não cometas adultério". Mas Eu vos digo que quem tiver olhado para uma mulher desejando-a, e também a que olhar para um homem desejando-o, ainda que fique só nesse desejo, já cometeu adultério em seu coração.
 Nenhuma razão justifica a fornicação. Nenhuma. Nem o abandono e o repúdio por parte do marido. Nem a compaixão para com a repudiada. Vós tendes uma só alma. Quando ela está unida a uma outra por um pacto de fidelidade seja-lhe fiel. Porque senão, o belo corpo pelo qual pecais irá convosco, ó almas impuras, para as chamas intermináveis. Antes mutilá-lo do que matá-lo para sempre, condenando-o. Voltai atrás, ó homens, ó ricos, ó latrinas dos vermes do vício! Voltai, homens, para que não causais repugnância ao Céu...
...Mas Eu quero terminar para vós este código do que é "mais perfeito", ainda aqui nesta amplidão cheia de luzes e horizontes. Aqui realmente Deus aparece em sua majestade de Criador e, vendo as suas maravilhas, podemos chegar a crer firmemente que Ele é que é o Senhor e não Satanás. O Maligno não poderia criar nem um caule de erva. Mas Deus tudo pode. Que isso seja um conforto para vós.
...Vós ouvistes que foi dito antigamente: "Não cometas adultério." Alguém entre vós já me ouviu em outros lugares, sabe que muitas vezes Eu tenho falado sobre este pecado. Porque, vede bem, para Mim é um pecado feito não só por um, mas por duas ou três pessoas. Eu me explico. O adúltero peca por si, peca pela sua cúmplice, peca levando a Mulher a pecar ou o marido traído, o qual, ou a qual, podem chegar desespero ou ao delito. Isto se diga para o pecado consumado.
Mas Eu digo mais. Eu digo: "Não só o pecado consumado, mas o desejo de consumá-lo, já e pecado." Que é o adultério? Ele consiste em desejar febrilmente aquele que não é nosso ou aquela que não é nossa. Começa-se a pecar pelo desejo, continua-se pela sedução, completa-se pela persuasão, e coroa-se com o ato. Como se começa? Geralmente por um olhar impuro. E isto se une a tudo o que Eu disse antes. Os olhos impuros vêem o que está escondido aos puros é pelos olhos é que a sede entra nas gargantas, a fome no corpo e a febre no sangue. Sede, fome e febre carnais. Tem início o delírio. Se o outro, o que está sendo olhado é honesto, eis que o delirante fica sozinho, revolvendo-se sobre os seus carvões ardentes, ou então chega a denegrir por vingança. Se o olhado também é desonesto, então ele corresponde aos olhares e ai já começa a descida para o pecado. Por isso, Eu vos digo: "Quem olhou para uma mulher com o desejo dela, já cometeu o adultério com ela, porque em seu pensamento já cometeu o ato do seu desejo."
 Em vez de fazer isso, se o teu olho direito for para ti ocasião de escândalo, arranca-o, e joga-o para longe de ti. E melhor para ti que fiques sem um olho, do que te precipitares nas trevas infernais para sempre. E se a tua mão direita pecou, amputa-a e joga-a fora. Melhor para ti e estares sem um membro do que seres com todos os membros no inferno. É verdade que está dito que os aleijados não podem servir a Deus no Templo. Mas, na outra vida, os aleijados de nascença que sejam santos, ou os aleijados por virtude, se tornarão mais belos do que os anjos, e servirão a Deus, amando-o na alegria do Céu.
 Também foi-vos dito: "Quem quer que seja que mande embora sua mulher dê-lhe o libelo do divórcio". Mas isto está reprovado. Isto não vem de Deus. Deus disse a Adão: "Esta é a companheira que fiz. para ti. Crescei e multiplicai-vos sobre a terra, enchei-a e tornai-a sujeita a vós." E Adão, cheio de uma inteligência superior, porque o pecado ainda não tinha ofuscado a sua razão, pois esta havia sido criada perfeita por Deus, exclamou: "Eis que finalmente aqui está o osso dos meus ossos e a carne de minha carne. Esta vai chamar-se Virago, isto é, outro eu, porque foi tirada do homem. Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois se tornarão uma só carne. "E, em um muito grande esplendor de luzes, a Eterna Luz aprovou com um sorriso a palavra de Adão, que se tornou a primeira e irrevogável lei.
 Agora, se pela dureza sempre crescente do homem, o homem legislador teve que estabelecer um novo código; se, pela volubilidade sempre crescente do homem, ele teve que pôr-lhe um freio, dizendo: "Mas, se a repudiaste, não a podes mais tomar contigo", isto não revoga a primeira e genuína lei, que nasceu no Paraíso Terrestre, e foi aprovada por Deus. Eu vos digo: "Quem quer que seja que mande embora a própria mulher, a não ser em caso de provada fornicação, a expõe ao adultério." Porque, de fato, que é que vai fazer, em noventa por cento dos casos, a mulher repudiada? Ela irá casar-se de novo. E quais as conseqüências disso? Oh! Sobre isso, quanto haveria para se dizer! Não sabeis que podeis provocar até incestos involuntários com este modo de proceder? Quantas lágrimas já se derramaram por causa de luxúria! Sim. Luxúria. Não tem outro nome. Sede sinceros. Tudo se pode superar, quando o espírito é reto. Mas tudo serve de motivo para satisfazer-se a sensualidade, quando o espírito é luxurioso: a frigidez feminina, a lentidão dela, a incapacidade no que se refere aos serviços da casa, a língua desenfreada, o amor ao luxo, tudo isso se suporta, e até as doenças, até a irascibilidade, quando os dois se amam santamente. Mas, visto que, depois de algum tempo já não se amam mais como no primeiro dia, aí, então, começou a achar impossível o que é mais que possível, e se joga uma pobre mulher na rua, a caminho da perdição.
 Comete adultério quem a rejeita. Comete adultério quem se casa com ela, depois do repúdio. Somente a morte pode dissolver o matrimônio. Recordai-vos disso. E, se fizestes uma escolha infeliz, arcai com as consequências dela, como quem tem que levar uma cruz, sendo dois infelizes, mas santos, e sem criar mais infelicidade nos filhos, pois eles, inocentes, são os que mais sofrem nessas tristes situações. O amor aos filhos deveria fazer-vos meditar cem vezes e ate mais, mesmo caso da morte de um dos cônjuges. Oh! Se soubésseis contentar-vos com tudo o que tendes tido, quando Deus vos disse: "Basta isto!" Se soubésseis vós, viúvos, e vós, viúvas, ver na morte não uma diminuição, mas uma elevação à perfeição de procriadores! Ser mãe para a mãe falecida! Ser pai até para o pai falecido! Ser duas almas em uma só, recolher o amor pelos filhos sobre os lábios gelados de um moribundo, e dizer: "Vai em paz, sem preocupação por aqueles que de ti vieram. Eu continuarei a amá-los, por ti e por mim, a amálos duas vezes, serei para eles pai e mãe, e a infelicidade dos órfãos já não pesará sobre eles, e nem mesmo sentirão o inato ciúme do filho o cônjuge que se casou de novo, por aquele ou por aquela que vem ralar o lugar sagrado da mãe ou do pai, que por Deus foram chamados para outra morada".
 Filhos, minhas palavras estão chegando ao fim, como está chegando ao fim este dia que já declina com Sol para o lado do ocidente. Desta reunião no monte quero que vos lembreis das palavras que aqui vos foram ditas. Esculpi-as em vossos corações. Tornai a lê-las seguidamente. Que elas vos sirvam sempre de guia. E sobretudo sede bons com quem é fraco. Não julgueis para não serdes julgados. Recordai-vos de que poderia chegar o momento no qual Deus vos fizesse lembrar: "Assim tu julgaste. Por isso sabias que isso era mal. Com conhecimento do que fazias, cometeste o pecado. Cumpre agora a tua pena. " A caridade já é uma absolvição. Tende a caridade em vós para com todos e sobre tudo. Se Deus vos dá tantos auxílios para que vos conserveis retos, não vos enchais de orgulho por isso. Mas procurai subir, porque longa é a escada da perfeição e estendei a mão aos cansados, aos ignorantes, aos que são presas de súbitas desilusões. Por que ficar observando com tanta atenção o cisão no olho do teu irmão, se não procuras tirar antes a trave que está no teu? Como podes dizer ao teu próximo: "Deixa que eu tire do teu olho esse cisão, enquanto a trave que está no teu te faz cego? Não sejas hipócrita, filho: tira primeiro a trave que está no teu olho e, depois, poderás tirar o cisão do olho do teu irmão, sem que o leses gravemente. Assim como não deveis cometer faltas de caridade, não tenhais também a imprudência. Eu vos disse: "Estendei vossas mãos aos cansados, aos ignorantes, àqueles que são presas de imprevistas desilusões." Mas, se é caridade instruir os ignorantes, animar os cansados, dar novas asas àqueles que, por muitas causas, as quebraram e imprudência revelar as verdades eternas aos que estão infeccionados pelo satanismo, os quais se apropriam delas para se fingirem de profetas, para se insinuarem entre os simples, para corromper, falsificar e sujar sacrilegamente as coisas de Deus.
 Respeito absoluto, saber falar e saber calar-se, saber refletir e saber agir, aí estão as virtudes do verdadeiro discípulo para fazer prosélitos e servir a Deus. Vós tendes uma razão e, se usais dela com justiça, Deus vos dará todas as suas luzes, para guiar ainda melhor a vossa razão. Pensai que as verdades eternas são semelhantes a pérolas e nunca se viu jogar pérolas aos porcos, que preferem as bolotas e a lavagem mal cheirosa às pérolas preciosas, e até as esmagariam sem dó com os seus pés, para depois. com a fúria de quem foi ludibriado, virarem-se contra vós para despedaçar-vos. Não deis as coisas santas aos cães. Isto serve para agora e para depois. Muitas coisas Eu vos disse, meus filhos. Escutai as minhas palavras; quem as escuta e as põe em prática é comparável a um homem que refletiu, quando queria construir uma casa e escolheu um lugar rochoso. Certamente ele se cansou para construir as bases. Teve que trabalhar com picareta e buril, teve que calejar suas mãos e cansar os seus rins. Mas depois ele pôde passar argamassa de cal nas fendas da rocha e ir colocando os tijolos e fechando com eles as paredes, formando como que uma fortaleza, e a casa foi crescendo tanto, sólida como um monte. Vieram as intempéries, os aguaceiros. As chuvas fizeram transbordar os rios, assobiaram os ventos, as ondas bateram na casa, mas ela resistiu a tudo. Assim é aquele que tem uma fé bem fundada. Mas, ao contrário, quem ouve com superficialidade e não se esforça para gravar em seu coração as minhas palavras, porque sabe que isso exige trabalho, que é preciso passar pela dor extirpar muitas coisas, esse tal é semelhante a quem por preguiça e estultícia constrói sua casa sobre a areia.
 Nem ainda bem chegou a tempestade, a casa, rapidamente construída, rapidamente cai, e o estulto fica olhando desolado para os escombros dela e para a ruína do seu capital. Mas aqui há mais do que uma ruína, porque esta ainda pode ser reparada com despesas e trabalho. Aqui, tendo vindo abaixo o edifício mal construído de um espírito, não se tem mais nada para construí-lo de novo. Na outra vida não se edifica. Ai de quem lá se apresentar com escombros!  Terminei. Agora, vou descer para o lago e vos abençôo em nome de Deus Uno e Trino.
 A minha paz esteja convosco."


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 3, Pgs 115-135)

NÃO PODEMOS SERVIR A DOIS SENHORES QUE PENSEM DIFERENTEMENTE.


NÃO SE PODE QUERER SERVIR A DOIS SENHORES QUE PENSEM DIFERENTEMENTE.


Jesus se volta para a multidão, para os pobrezinhos, e distribui, segundo as suas próprias medidas, as esmolas. Agora todos estão contentes, e Jesus pode falar.
 "A paz esteja convosco.
 Quando Eu vos explico os caminhos do Senhor é para que os sigais. Poderíeis vós, ao mesmo tempo, ir pelo caminho que desce à direita e pelo caminho que desce à esquerda? Não poderíeis. Porque, se tomais um, deveis deixar o outro. Mas, mesmo que se tratasse de dois caminhos próximos um do outro, poderíeis insistir em caminhar sempre com um pé em um deles e o outro no outro, mas acabaríeis cansando-vos ou errando, ainda que se tratasse de uma aposta. Contudo, entre o caminho de Deus e o de Satanás existe uma grande distancia, que sempre vai-se tornando cada vez maior, justamente como aqueles dois caminhos que vêm desembocar aqui, mas que, a cada passo que vão descendo para o vale, vão ficando sempre mais longe um do outro, porque um vai para Cafarnaum e o outro para Ptolomaida.
A vida é assim, desliza lá do alto, entre o passado e o futuro, entre o mal e o bem. No centro está o homem, com a sua vontade e o seu livre arbítrio. Nas extremidades, de um lado está Deus e o seu Céu; do outro, está Satanás e o seu Inferno. O homem pode escolher. Ninguém o obriga. Não se diga: "Mas Satanás tenta", como desculpa para as descidas pelo caminho de baixo. Também Deus tenta, com o seu amor que é bem forte; com as suas palavras, que são bem santas; com as suas promessas, que são bem sedutoras! Por que, então, deixar-se tentar só por um dos dois e logo por aquele que nenhum merecimento tem para ser escutado? As palavras, as promessas, o amor de Deus não serão suficientes para neutralizar o veneno de Satanás? Olhai bem como isto depõe contra vós. Quando alguém è física e fortemente são, não está imune aos contágios, mas ainda os supera com facilidade. Contudo, se alguém já está doente e, portanto, enfraquecido, perecerá quase com certeza, se alguma nova infecção lhe sobrevier e, ainda que ele sobreviva a ela, estará mais doente do que antes, porque não tem, em seu sangue, a força para destruir os germes infecciosos, de um modo completo. O mesmo se diga para a parte superior. Se alguém é moral e espiritualmente são e forte, crede, no entanto, que ele não está isento de ser tentado, mas o mal não criará raízes nele. Quando eu ouço alguém me dizer: "Eu me aproximei disto e daquilo, eu li isto e aquilo, eu procurei convencer este e aquele do bem, mas, na verdade, o mal que estava na mente e no coração deles, o mal que estava naquele livro penetrou em mim", Eu concluo: "Isso demonstra que em ti já tinhas preparado o terreno favorável para aquela penetração. Isso demonstra que és um fraco, sem energia moral e espiritual. Porque até de nossos inimigos devemos tirar algum bem. Observando os erros deles, devemos aprender a não cair nos mesmos.
 O homem inteligente não se torna logo joguete da primeira doutrina que ouve. O homem saturado de uma doutrina não pode logo arranjar em si mesmo lugar para outras. Isto explica as dificuldades que se encontram para procurar persuadir os que estão convictos de outras doutrinas a seguirem a verdadeira Doutrina. Mas se tu me dizes que mudas de pensamento, ao menor soprar do vento, Eu vejo que estás cheio de vazio, tens a tua fortaleza espiritual cheia de fendas, os diques do teu pensamento estão arrombados em mil pontos e por eles estão saindo as águas boas e entrando as contaminadas, e tu ficas tão pasmado e apático, que nem te dás conta do que está acontecendo. nem tomas providências. És um infeliz. Por isso, saibais dos dois caminhos escolher o bom e prosseguir sobre ele, resistindo, resistindo, resistindo aos aliciamentos da sensualidade, do mundo, da ciência e do demônio. A meia fé, os comprometimentos, os pactos entre dois que são contrários um ao outro, deixai-os para os homens do mundo. Não deviam existir nem mesmo entre eles, se os homens fossem honestos. Mas vós, pelo menos vós, o homens de Deus, não os tenhais. Nem com Deus, nem com Mamon podeis te-los. Não os tenhais, porém, nem convosco mesmos, porque eles não teriam valor. As vossas ações mescladas do que é bom com o que não é bom, não teriam nenhum valor. As que são completamente boas viriam a ser depois anuladas pelas não boas. As más vos levariam diretamente aos braços do inimigo. Não as façais, pois. Mas, sede leais no vosso serviço. Ninguém pode servir a dois senhores que pensem diferentemente. Ou amará a um para odiar o outro, ou vice-versa. Não podeis ser igualmente de Deus e de Mamon. O espírito de Deus não pode conciliar-se com o espírito do mundo. Um sobe, o outro desce. Um santifica, o outro corrompe.
E, se estais corrompidos, como podereis agir com pureza? A sensualidade se acende nos corrompidos e, atrás da sensualidade, as outras fomes. Vós já sabeis como Eva se corrompeu, e depois Adão, por meio dela. Satanás beijou os olhos da mulher e os seduziu assim, de modo que toda a aparência, até então pura, tomou nela uma aparência impura e passou a despertar estranhas curiosidades. Em seguida, Satanás beijou-lhe os ouvidos e os fez ficar abertos a palavras de uma ciência até então desconhecida: a dele. Também a mente de Eva quis conhecer o que não era necessário. Depois, Satanás, aos olhos e à mente despertados para o Mal, mostrou o que antes não tinham visto nem compreendido, e tudo em Eva foi despertado e corrompido e a Mulher, indo ao Homem, revelou-lhe o seu segredo e persuadiu a Adão a que provasse do novo fruto, tão belo de ver-se e que ate agora listava proibido. E o beijou com a boca e as pupilas nas quais já estava a desordem de Satanás. E a corrupção penetrou em Adão que viu, e através dos olhos, desejou o que era proibido e o mordeu com a companheira caindo da grande altura em que estava na lama.
 Quando alguém está corrompido, arrasta o outro para a corrupção, a não ser que este seja um santo no verdadeiro sentido da palavra. Atentos com os vossos olhares, homens. Tanto com os olhares dos olhos como os da mente. Eles, uma vez corrompidos, não podem deixar de corromper o resto. Os olhos são a luz do corpo. Luz do coração é o teu pensamento. Mas, se os teus olhos não forem puros,”porque, pela sujeição dos órgãos ao pensamento, os sentidos se corrompem por um pensamento corrompido, tudo em ti ficará ofuscado, e névoas sedutoras criarão em ti fantasmas impuros. Tudo é puro em quem tem pensamentos puros, que formam olhares puros; e a luz de Deus desce como senhora onde não há obstáculos postos pelos sentidos. Mas se, por má vontade, tu educaste os teus olhos para uma avisto desordenada, tudo em ti se tornará trevas. Inutilmente tu olharas ate para as coisas mais santas. No escuro, elas não serão mais do que trevas, e tu farás obras das trevas.
 Por isso, filhos de Deus, guardai a vós mesmos contra vós mesmos. Vigiai-vos atentamente contra todas as tentações. Que sejamos tentados não é um mal. O atleta se prepara para a vitória pela luta. Mós o mal é ser vencidos por ter sido despreparados e desatentos. Eu sei que tudo serve para tentar. Eu sei que a defesa enerva. Eu sei que a luta cansa. Mas eia! Pensai no que podeis adquirir com estas coisas! E quereis vós, por uma hora de prazer, seja lá de que qualidade for, perder uma eternidade de paz? Que é que vos deixa o prazer da carne, do ouro e do pensamento? Nada. Que é que adquiris, repudiando-os? Tudo. Eu falo a pecadores, porque o homem é pecador. Pois bem, dizei-me a verdade: depois de terdes satisfeito a sensualidade ou o orgulho, ou a avareza, vos sentistes mais viçosos, mais contentes, mais seguros? Na hora que vem depois daquela satisfação, e que é sempre uma hora de reflexão, tereis mesmo, sinceramente, vos sentido felizes? Eu não provei esse pão da sensualidade. Mas Eu respondo por vós: "Não. Antes: paixão, descontentamento, incerteza. náusea, medo, inquietação. Eis ai o que foi o suco espremido da hora passada. " Mas Eu vos peço. Enquanto digo: "Nunca façais isto", também vos digo: "Não sejais inexoráveis com os que erram. Recordai-vos que sois todos irmãos, feitos de uma carne e de uma alma. Pensai que muitas são as causas pelas quais alguém é induzido a pecar. Sede misericordiosos para com os pecadores e com bondade levantai-os e conduzi-os a Deus, mostrando que o caminho por eles percorrido é cheio de perigos pela carne, pela mente e pelo espírito. Fazei isto, é por isto recebereis grande prêmio. Porque o Pai que está nos Céus é misericordioso com os bons e sabe dar o cêntuplo por um.
"Eu disse que deveis ser fiéis a Lei, humildes, misericordiosos, que deveis amar não só os irmãos pelo sangue, mas também a quem é irmão somente por ter nascido do homem como vós. Eu vos disse que o perdão é mais útil do que o rancor, que a compaixão é melhor do que a inexorabilidade. Mas agora Eu vos digo que não se deve condenar se não somos isentos daquele pecado que estamos sendo levados a condenar. Não façais como os escribas e os fariseus, que são severos para com todos, mas não consigo mesmos, quando chamam de impuro ao que é externo e só pode contaminar exteriormente, mas depois acolhem no mais profundo do seio, no coração, a impureza. Deus não está com os impuros. Porque a impureza corrompe o que é propriedade de Deus: as almas, e especialmente as almas dos pequenos, que são os anjos espalhados pela terra. Ai daqueles que arrancam as asas deles com uma crueldade de feras demoníacas e derrubam estas flores do Céu na lama, fazendo-as conhecer o sabor da matéria! Ai deles!... Melhor seria que morressem queimados por um raio, do que cometerem um pecado destes!
Ai de vós, ricos e gozadores! Porque é justamente entre vós que fermenta a maior impureza, para a qual servem de cama e travesseiro o ócio e o dinheiro! Agora vós estais fartos. O alimento das concupiscências vos está chegando até a garganta e vos sufoca. Mas havereis de ter fome. Uma fome tremenda, insaciável e sem atenuação e para sempre. Agora estais ricos. Quanto bem podereis fazer com vossa riqueza! Mas com ela fazeis grande mal a vós mesmos e aos outros.  Havereis de conhecer uma pobreza atroz, durante um dia que não terá fim. Agora estais rindo. Pensais que sois uns triunfadores. Mas as vossas lágrimas encherão os tanques da Geena, que não cessarão de encher-se.


(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 3, pgs 115 – 135) 

O BOM USO DAS RIQUEZAS.

    OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO....


O BOM USO DAS RIQUEZAS.


 “ A paz esteja com todos vós! "
 Ontem Eu falei da oração, do juramento, do jejum. Hoje quero instruir-vos sobre outras perfeições. Elas também são oração, confiança, sinceridade, amor, religião. A primeira, de que hoje falo é sobre o justo uso das riquezas, a serem transformadas pela boa vontade do servo fiel em outros tantos tesouros no Céu. Os tesouros da terra não duram. Mas os tesouros do Céu são eternos. Tendes em vós amor ao que é vosso? Ficais tristes por terdes que morrer, e de não poderdes mais cuidar de vossos bens, e de terdes que deixá-los? E, então, transportai-os para o Céu!
 Vós dizeis: "No Céu não entra o que é da terra, e Tu nos ensinas que o dinheiro é a coisa mais suja da terra. Como, então poderemos transportá-lo para o Céu?" Não. Não podeis transportar as moedas, que são coisas materiais, para o Reino, onde tudo é espiritual. Mas podeis levar convosco o fruto das moedas. Quando dais a um banqueiro o vosso ouro, para que é que lho entregais? Para que o faça produzir frutos. Certamente não quereis privar-vos dele, nem mesmo momentaneamente, nem quereis que o banqueiro vo-lo entregue tal qual o recebeu. Mas vós quereis que sobre dez talentos ele vos entregue dez mais um, ou até mais. E, se assim for, ficais felizes, e falais bem do banqueiro. Se não for assim, vós dizeis: "Ele e um homem honesto, mas é um tolo." E, se acontecer que, em vez de dez mais um, ele vos entregue nove, dizendo: "Eu perdi o resto", vos o denunciais, e o pondes na cadeia. O que é o fruto do dinheiro? Por acaso o banqueiro semeia o vosso dinheiro, ou o rega, para fazê-lo crescer? Não. O fruto provem de um acertado manejo dos negócios, de tal modo que, por meio de hipotecas, ou empréstimos a juros, o dinheiro vá aumentando do ágio justamente pedido pelo favor do ouro que foi emprestado. Não é assim? Pois bem.
 Então ouvi: Deus vos dá riquezas terrenas. A alguns dá muitas, a outros dá somente as de que eles precisam para viver, e vos diz: "Agora é contigo. Eu tas dei. Usa delas como de um meio para chegares a um fim como o meu amor o deseja para o teu bem. Eu as confio a ti. Mas não para que delas faças um mal. Pela estima que tenho por ti, por reconheceres os meus dons, faze que frutifiquem para a verdadeira Pátria os teus bens. E aí está o método para se chegar a esse fim. Não queirais acumular os vossos tesouros na terra, vivendo por eles, sendo cruéis por causa deles, sendo malditos pelo próximo e por Deus por causa deles. Não vale a pena. Eles estão sempre sem segurança aqui em baixo. Os ladrões sempre podem roubar-vos. O fogo pode destruir vossas casas. As doenças nas plantas e nos rebanhos podem acabar com o vosso gado e com os vossos pomares. Quantas coisas perseguem os vossos bens. Ainda que eles sejam imóveis e inatacáveis, como as casas e o ouro, podem ainda estar sujeitos a se estragarem em sua natureza, como todos os seres que vivem, os vegetais e os animais. E, por mais que sejam estofos preciosos, estão sujeitos à desvalorização.
 Um raio que cai nas casas, o fogo e a água. Os ladrões, a ferrugem, a seca, os roedores, os insetos nas lavouras; a vertigem dos cavalos, as febres, o desconjuntamentos das pernas e a peste dos animais, tinhas e os camundongos nos tecidos preciosos e nos móveis de estimação; a erosão produzida pela oxidação nas vasilhas, nos lustres e grades artísticas; tudo, tudo está sujeito a estragar-se. Mas, se vós, de todos estes bens terrenos fazeis um bem sobrenatural, logo ele fica a salvo de todos os estragos do tempo, dos homens e das intempéries. Fazei para vós bolsas no Céu, lá onde não entram os ladrões, e onde não acontecem desventuras. Trabalhai com o amor misericordioso para com todas as misérias da terra. Acariciai, sim, as vossas moedas, e até beijai-as, se quiserdes, alegrar-vos com as colheitas que melhoram, com os vinhedos carregados de cachos, com as Oliveiras que se inclinam sob o peso de numerosíssimas azeitonas, com as ovelhas de seios fecundos e mamas cheias. Fazei tudo isso. Mas, não de um modo estéril, não de um modo humano. Fazei-o com amor e admiração, com gozo e com um cálculo sobrenatural. "Obrigado, meu Deus, por estas moedas, colheitas, plantas, por estas ovelhas, por estes negócios. Obrigado, ovelhas, plantas, prados, negócios, que me servis tão bem. Sede benditos todos, porque por tua bondade, ó Eterno, e por vossa bondade, ó coisas, e que eu posso fazer tanto bem a quem tem fome, a quem está nu, a quem não tem casa, a quem está doente, sozinho....
 No ano passado eu fiz por dez. Neste ano, porque, ainda que eu tenha dado muito em esmolas, tenho mais dinheiro e mais gordas foram as minhas colheitas e mais numerosos os meus rebanhos, eu, então darei duas, três vezes o que eu dei no ano passado. Porque todos, até os privados de seus próprios bens, participem da minha alegria, e possam gozar e bendizer comigo a Ti, Senhor Eterno." Esta é a oração do justo. A oração que unida à ação, transporta os vossos bens para o Céu, e, não só vo-los conserva para sempre, mas vos faz encontrá-los, aumentados pelos frutos santos do amor. Tende o vosso tesouro no Céu, para que lá tenhais o vosso coração acima e além do perigo, que não somente o ouro, as casas os campos e os rebanhos possam passar por desventuras, mas que o vosso coração seja insidiado e despojado, ou queimado e morto pelo espírito do mundo. Se assim fizerdes, tereis o vosso tesouro em vosso coração, porque tereis a Deus em vós, até o dia feliz no qual estareis nele. Mas, para não diminuir o fruto da caridade, tomai cuidado para que sejais caridosos, com um espírito sobrenatural. Como Eu disse da oração e do jejum, assim digo da beneficência e de todas as outras boas obras que possais fazer.
Conservai o bem que fazeis longe da violação pela sensualidade do mundo, conservai-o virgem dos louvores humanos. Não profaneis a rosa perfumada da vossa caridade e das vossas boas obras, - verdadeiro turíbulo de perfumes agradáveis ao Senhor. O que profana o bem e o espírito de soberba, o desejo de serdes vistos fazendo o bem e a procura de elogios. A rosa da caridade fica, então, babada e corroída pelas grandes lesmas viscosas do orgulho satisfeito, e no turíbulo caem palhas fedorentas da liteira na qual o soberbo se pavoneia, como um animal bem alimentado. Oh! Aquelas beneficências feitas só para dar que falar! Pois melhor, melhor mesmo, teria sido não fazê-las! Quem não as faz, peca por dureza de coração. E quem as faz, querendo que seja conhecida a importância que deu e o nome de quem a recebeu, está pedindo a esmola de um louvor, e peca  por soberba, tornando conhecida a sua oferta, e é o mesmo que dizer: "Estais vendo quanto eu posso?"; peca por falta de caridade, porque humilha o beneficiado, tornando conhecido o seu nome; e peca por avareza espiritual, querendo acumular elogios humanos... que são palhas. Palhas, nada mais do que palhas.
 Fazei que vos louve Deus com os seus anjos. Vós, quando derdes esmola, não fiqueis tocando a trombeta em vossa frente, para chamar a atenção dos que estão passando e para serdes elogiados, como os hipócritas que querem ser aplaudidos pelos homens e por isso só dão esmolas onde possam ser vistos por muitos. Também estes já receberam a sua recompensa, e não receberão outra de Deus. Que vós não incorrais na mesma culpa e na mesma presunção.
 Mas, quando derdes esmola, que não saiba a vossa mão esquerda o que a direita está fazendo, porque escondida e discreta há de ser a vossa esmola, e, depois esquecei-vos dela. Não fiqueis a olhar repetidamente para vós mesmos, depois de terdes feito aquele ato, inchando-vos com ele, como faz o sapo, que fica se olhando nas águas do brejo, com seus olhos anuviados, e que, vendo refletidos na água parada as nuvens, as árvores e o carro parado perto da margem, e, vendo-se tão pequeno, diante de todas aquelas coisas maiores do que ele, começa a encher-se de ar, até estourar. Também a caridade que fizestes não é nada, em comparação com a infinita Caridade de Deus e, se quiserdes tornar-vos semelhante a Ele e tornar grande a vossa pequena caridade, e maior, para igualar a dele, ir-vos-íeis enchendo do vento do orgulho, e acabaríeis perecendo. Esquecei-vos disso. Até do ato em si mesmo, esquecei-vos. Estarvos-à sempre presente uma luz, uma voz, um mel, e vos tornará luminoso o dia, doce e feliz o dia. Porque aquela luz será o sorriso de Deus, aquele mel será a paz espiritual, que também é Deus, e aquela voz é a voz de Deus-Pai que vos dirá: "Obrigado". Ele vê o mal oculto e vê o bem escondido, e vos dará a recompensa...
... Perdoai, como Eu perdôo. Porque, se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai do Céu vos perdoará os vossos pecados. Mas, se guardardes rancor e não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas. E todos precisam do perdão.
Eu vos estava dizendo que Deus vos dará recompensa, mesmo se vós não lhe pedirdes um prêmio pelo bem que fizestes. Mas vós não façais o bem para terdes recompensa, para terdes uma fiança no dia de amanhã. Vós não façais o bem sob medida nem retidos pelo medo, dizendo: "E depois, ainda sobrará para mim ? E, se não sobrar, quem é que me ajudará? Será que encontrarei quem faça por mim o que estou fazendo pelo outro? E, quando eu não tiver mais nada para dar, serei ainda amado?"
Olhai bem: Eu tenho amigos poderosos entre os ricos, e amigos entre os miseráveis da terra. E, em verdade, Eu vos digo que não são os amigos poderosos os mais amados. Eu vou a eles, não por amor a Mim, ou por ser uma vantagem para Mim. Mas, sim, porque deles eu posso receber muito para quem não tem nada. Eu sou pobre. Não possuo nada. Gostaria de ter todos os tesouros do mundo e transformá-los em pães para quem está com fome, em casas para quem está sem casa, em roupas para quem está nu, em remédios para quem está doente. Vós me direis: "Mas Tu podes curar". Sim. Isto e outras coisas Eu posso. Mas nem sempre há fé nos outros, e Eu não posso fazer o que faria e quereria fazer, se encontrasse nos corações alguma fé  em Mim. Eu quereria fazer o bem também a esses que não têm fé. E, visto que eles não pedem o milagre ao Filho do homem, eu quereria, de homem para homem, prestar-lhes socorro. Mas Eu não tenho nada. Por isso, estendo a mão a quem tem e peço: "Faze-me uma caridade, em nome de Deus" Aí está porque é que tenho muitos amigos lá no alto.
 Amanhã, quando Eu não estiver mais na terra, aí ainda estarão os pobres, e Eu já não estarei aí nem para realizar milagres para quem tem fé, nem para dar esmolas e assim levá-los à fé. Mas, então, os meus amigos ricos terão aprendido, pois estiveram em contato comigo, como é que se faz a beneficência, e os meus apóstolos terão, também pelo contato que tiveram comigo, aprendido a pedir esmolas por amor dos irmãos. E assim os pobres serão sempre socorridos. Pois bem. Ontem Eu, de um que não tem nada, recebi mais do que tudo que me foi dado por todos aqueles que têm. É um amigo tão pobre como Eu. Ele me deu uma coisa que não se compra com nenhuma moeda, e que me fez feliz, fazendo-me lembrar das horas serenas de minha meninice e juventude, quando, cada tarde, sobre minha cabeça se impunham as mãos do Justo, e Eu ia descansar com sua bênção, que ficava guardando o meu sono. Ontem este meu amigo pobre me fez um rei com a sua bênção. Vede que isto que ele me deu nenhum dos meus amigos ricos nunca me deu. Por isso, não tenhais medo. Mesmo se não tiverdes mais o poder do dinheiro, contanto que tenhais amor e santidade, podereis fazer o bem a quem é pobre e está cansado ou aflito.  E por isso vos digo: não fiqueis preocupados demais, por medo de terdes pouco. Vós tereis sempre o necessário. Não sejais preocupados demais, pensando no futuro. Ninguém sabe quanto de futuro tem ainda à sua frente. Não fiqueis pensando no que havereis de comer para sustentar-vos na vida, nem com que vos vestireis para conservar fluente o vosso corpo. A vida do vosso espírito é bem mais preciosa do que o ventre e os membros, vale muito mais do que o alimento e as vestes. E o vosso Pai sabe disso. Que vós também o saibais.

 Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros e, no entanto, não morrem de fome, porque o Pai dos Céus as nutre. Vós, homens, criaturas prediletas do Pai, valeis muito mais do que elas. Quem de vós, com toda a sua inteligência, será capaz de aumentar um côvado em vossa altura? Se não conseguis aumentar a vossa altura nem um palmo, como podeis pensar em mudar as vossas condições futuras, aumentando as vossas riquezas, para garantir para vós uma longa e próspera velhice? Podeis dizer à morte: "Tu só me virás buscar, quando eu quiser"? Não o podeis. Para que então, viverdes preocupados com o amanhã? E, por que ficardes tristes por medo de ficar sem com que vestir-vos?
Olhai como crescem os lírios do campo: eles não sofrem cansaço, não fiam, não vão aos vendedores de tecidos fazer suas compras. E, no entanto, Eu vos asseguro que nem mesmo Salomão, com toda a sua glória, nunca se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva, que hoje existe, e amanhã já vai servir para aquecer o forno, ou para a pastagem do rebanho, e termina sempre virando cinzas, ou esterco, quanto mais não proverá Ele para vós, que sois seus filhos?
 Não sejais pessoas de pouca fé. Não vos angustieis, porque o futuro é incerto, nem fiqueis dizendo: "Quando eu ficar velho, o que é que vou comer? O que é que vou beber? Com que me vou vestir?" Deixai essas preocupações para os pagãos, que não tem a sublime certeza da paternidade divina. Vós a tendes e sabeis que o Pai conhece as vossas necessidades, e vos ama. Confiai, pois, nele. Procurai primeiro as coisas verdadeiramente necessárias: a fé, a bondade, a caridade, a humildade, a misericórdia, a pureza, a justiça, a mansidão, as três e as quatro virtudes principais, e todas, todas as outras também, de modo que possais ser amigos de Deus e ter direito ao seu Reino. Eu vos asseguro que tudo mais vos será dado de acréscimo, sem que vós o pesais. Não há rico mais rico do que o santo e seguro mais seguro do que ele. Deus está com o santo. E o santo está com Deus. Para o seu corpo ele não pede e Deus o provê do necessário. Mas ele trabalha para o seu espírito, e a ele Deus se dá a Si Mesmo aqui neste mundo, e lhe dá o Paraíso depois desta vida. Não fiqueis sofrendo por uma coisa que não merece o vosso sofrimento. Afligi-vos, sim, por serdes imperfeitos, mas não por terdes poucos bens terrenos. Não vos preocupeis com o dia de amanhã. O dia de amanhã pensará por si mesmo, e vós pensareis nele quando já o estiverdes vivendo. Por que pensar nele desde hoje? A vida já não está bem cheia das lembranças tristes de ontem e dos pensamentos desagradáveis de hoje, para sentirdes ainda necessidade de viver com o pesadelo de ficar pensando como será o dia de amanhã? Deixai para cada dia os seus problemas! Existirão sempre mais sofrimentos, do que nós quereríamos nesta vida, sem que fiquemos precisando aumentar os sofrimentos presentes com o pensamento dos futuros! Dizei sempre a grande palavra de Deus: "Hoje".
Sede seus filhos, feitos  à sua semelhança. Dizei, pois com Ele: "Hoje".
 E hoje Eu vos dou a minha benção. Que ela vos acompanhe até o começo do novo hoje, isto é, do amanhã, e então Eu vos darei de novo a paz em nome de Deus.


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 3, pgs 107,108,109,110,111,112,113,114,115)

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O AMOR ANDOU NA TERRA, E SEU NOME É JESUS DE NAZARÉ.


O AMOR ANDOU NA TERRA, E SEU NOME É JESUS DE NAZARÉ.


 E agora, ide dar comida ao vosso corpo, depois de terdes nutrido a vossa alma. Aqueles dois pobrezinhos fiquem conosco. Eles serão os hóspedes benditos, que darão sabor ao nosso pão. A paz esteja convosco. " E os dois pobrezinhos ficam. São uma mulher muito magra e um velho já bem velho. Mas eles não estão juntos. Estavam ali por acaso, reunidos com os outros, e tinham ficado em um canto, deprimidos, estendendo inutilmente suas mãos aos que passavam diante deles. Jesus vai diretamente a eles, que não têm coragem de ir para a frente, e os toma pelas mãos, levando-os para o centro do grupo dos discípulos, para debaixo de uma tenda que Pedro ergueu num canto, e sob a qual eles talvez possam abrigar-se de noite e fazer suas reuniões nas horas mais quentes do dia. É um galpão coberto de folhagem e de... capas.
 ..."Aqui está o pai, e aqui está uma irmã. Trazei tudo o que temos. Enquanto vamos tomar a nossa refeição, ouviremos a história deles". E, pessoalmente, Jesus vai servindo aos dois, que estão envergonhados, e vai escutando as lamentações de suas narrações. O velho tinha ficado sozinho, depois que a filha foi-se embora para longe com seu marido e esqueceu-se de seu pai. A velha também ficou sozinha, depois que a febre matou seu marido, e ela também ficou doente. "O mundo nos despreza, porque somos pobres", diz o velho. Eu vivo pedindo esmolas para ir ajuntando e ter com que fazer a Páscoa. Estou com oitenta anos. Sempre eu fiz a Páscoa, e esta pode ser a última vez. Mas não quero ir para o seio de Abraão com nenhum remorso. E, como eu perdôo à minha filha, assim espero ser perdoado. E quero fazer a minha Páscoa."
 "Longo é o caminho, pai." "Mais longo é o do Céu, se faltar quanto ao rito."
"Andas sozinho? E se te sentires mal pelo caminho?"
 "O Anjo de Deus me fechará os olhos." Jesus o acaricia na cabeça trêmula e branca, e pergunta à mulher: "E tu?" "Eu vou procurando trabalho. Se eu fosse bem alimentada, ficaria curada dessas febres. E, se ficasse curada, poderia trabalhar até nos trigais. "
"Crês que só o alimento te curaria?" "Não. Temos também a Ti... Mas eu sou uma pobre coisa, uma coisa pobre demais para poder pedir piedade."
 "E se Eu te curasse, que quererias depois?"
 "Nada mais. Já teria tido muito mais do que eu pudesse esperar."
 Jesus sorri, e lhe dá um pedaço de pão molhado em um pouco de água e vinagre, que serve de bebida. A mulher o come sem falar, e Jesus continua a sorrir. A refeição termina logo. Era tão frugal! Apóstolos e discípulos vão à procura de sombra pelas encostas, por entre as moitas. Jesus fica no galpão. O velho encostou na parede forrada de erva e, cansado, pega no sono. Pouco depois, a mulher, que também se havia afastado para procurar uma sombra, para lá descansar, vem vindo para Jesus, que lhe sorri para encorajá-la. Ela vem com timidez e, mesmo assim vem alegre, até chegar perto da tenda. Depois senta-se vencida pela alegria e dá os últimos passos com rapidez, deixando-se cair de bruços, com um grito meio sufocado:
 "Tu me curaste! Bendito! É a hora do grande calafrio e eu não o tenho mais. Oh!" e beija os pés de Jesus. "Tens certeza de que estás curada? Eu não te falei isto. Pode ter sido um acaso...". "Oh! Não! Agora compreendo o teu sorriso, quando me deste aquele pão. O teu poder penetrou em mim com aquele pedaço. Eu nada tenho para dar-te em troca, a não ser o meu coração. Manda à tua serva, Senhor, e ela te obedecerá até à morte."
 "Sim. Estás vendo aquele velho? Está sozinho e é um justo. Tu tinhas um marido, e a morte o levou. Ele tinha uma filha, e o egoísmo Iha tirou. Ele está pior do que tu. Mas não diz imprecações. E não é justo que fique vivendo sozinho em suas últimas horas. Sê tu para ele uma filha."
 "Sim, meu Senhor."
 "Mas, olha bem, que isto significa trabalhar por dois.
 "Agora eu estou forte, e o farei." Vai, então, até lá, à beira daquele barranco, e dize ao homem, que está descansando lá, aquele que está vestido de cinzento, que venha até Mim. " A mulher vai sem demora, e volta com Simão, o Zelotes. "Vem cá, Simão. Preciso falar-te. E tu, fica esperando aí, mulher." Jesus se afasta a alguns metros dali. "Achas que Lázaro teria dificuldades em receber mais uma empregada?"
"Lázaro? Mas eu acho que ele nem sabe quantos são os seus empregados! Um a mais, um a menos!... Mas quem é?" "Aquela mulher. Eu a curei e..." "Basta, Mestre. Se Tu a curaste, é sinal de que a amas. E o que amas para ele é sagrado. Podes deixar comigo, que eu respondo em lugar dele.
 "É verdade. O que Eu amo é sagrado para Lázaro. Tu disseste bem. E por isso Lázaro se tornará santo, porque, amando o que Eu amo, amará a perfeição. Eu quero pôr aquele velho na companhia daquela mulher, e fazer que aquele patriarca faça com alegria a sua última Páscoa. Eu quero muito bem aos velhos santos e, se lhes posso dar um passamento sereno, fico feliz." "Tu queres bem também as crianças... "Sim, e aos doentes..." "E aos que estão chorando..." "E aos que estão sozinhos... " "Oh! Mestre meu! Mas, não percebes que queres bem a todos? Até aos teus inimigos?" Eu não percebo isso, Simão. Amar é a minha natureza.
 Olha, o Patriarca está acordando. Vamos dizer-lhe que ele fará a sua Páscoa com uma filha per to dele, e sem sentir mais falta de pão." Eles voltam à tenda, onde a mulher os estão esperando, e vão os três até o velho, que está sentado e amarrando as sandálias. "Que estás fazendo, pai?" "Vou descer para o vale. Espero encontrar abrigo para a noite. Amanhã vou pedir esmola pela estrada, e depois descendo, sempre descendo, dentro de um mês, se eu não morrer, estarei no Templo. " "Não. " "Não devo ir? Por que?" "Porque o bom Deus não quer. Não irás sozinho. Esta aqui irá contigo. Ela te levará para onde Eu disser, e sereis acolhidos, por amor de Mim. Farás a tua Páscoa, mas sem te cansares. A tua cruz, já a levaste, pai. Deixa-a agora. E recolhe-te em ação de graças ao bom Deus. "
 "Mas, por que?...mas, por que?... eu... eu não mereço tudo isso... Tu... uma filha... E mais do que se me desses vinte anos... E para onde, para onde é que me envias?..." O velho está chorando por detrás da moita de sua grande barba.
 "Irás para a casa de Lázaro de Teófilo. Não sei se o conheces." "Oh! Eu sou dos confins da Síria, e me lembro de Teófilo. Mas... mas... Oh! Filho bendito de Deus, deixa que eu te abençoe!" E Jesus, sentado como está na relva, bem na frente do velho, de fato se curva para deixar que o velho, todo solene, lhe imponha as mãos sobre a cabeça, trovejando, com sua voz cavernosa de ancião, as palavras da antiga bênção: "O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor te mostre a sua face e tenha misericórdia de ti. O Senhor volte o seu rosto para ti e te dê a sua paz. "
 E Jesus, Simão e a mulher respondem juntos: "E assim seja."


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtotta, Vol 3 pag 96,97,98,99,100,102,102,103,104,105,106,107)