Foi Eu Jesus Cristo quem fez de Valtorta meu instrumento
AS RAZÕES DAS REVELAÇÕES DADAS À MARIA
VALTORTA
Diz
Jesus:
I
– Por que é que vós estais perecendo?
“As
razões que me moveram a iluminar e a ditar episódios e palavras minhas ao
pequeno João(Jesus chama Valtorta de pequeno João), além da alegria de
comunicar um exato conhecimento de Mim a esta alma-vítima e amorosa são multíplices.
Mas, entre todas, a alma delas é o meu amor para com a Igreja, tanto a docente,
como a militante, e o desejo de ajudar as almas em sua subida para a perfeição.
O conhecimento de Mim é uma ajuda para a subida. A minha palavra é Vida.
E
Eu nomeio as principais:
A
razão mais profunda do presente que Eu faço com esta obra é porque nestes
tempos, nos quais o modernismo condenado pelo meu Santo Vigário Pio X, se
deteriora cada vez mais, apresentando doutrinas sempre mais perniciosas, a
Santa Igreja, representada pelo meu Vigário, tenha matéria para mais combater
contra aqueles que negam:
-A
sobrenaturalidade dos dogmas,
-A
Divindade de Jesus Cristo,
-A
verdade de Cristo ser Deus e Homem, real e perfeito, tanto na fé como na
história que sobre Ele nos foi transmitida(pelo Evangelho, pelo livro Atos dos
Apóstolos, pelas Epístolas Apostólicas e pela Tradição), a doutrina de Paulo e
de João e a dos Concílios de Nicéia, Éfeso, Calcedônia, como minha verdadeira
doutrina, por Mim verbalmente ensinada; minha ciência ilimitada, por ser divina
e perfeita.
-A
origem divina dos dogmas, dos Sacramentos, da Igreja UNA, Santa, Católica e
Apostólica.
-A
universalidade e continuidade do Evangelho por Mim ensinado, e para todos os
homens.
-A
natureza perfeita, desde o começo da minha doutrina e que não se formou até ser
o que é, através de sucessivas transformações, mas nos foi dada assim: Doutrina
de Cristo, do tempo de Graça, do Reino dos Céus e do Reino de Deus em vós.
Divina, perfeita, imutável, uma boa nova para todos os que tem sede de Deus.
Ao
Dragão vermelho com sete cabeças, dez chifres e sete diademas na cabeça, que
com a cauda arrasta atrás de si a terça parte das estrelas do Céu, e as faz
precipitar, e em verdade Eu vos digo que elas se precipitaram ainda mais baixo,
do que sobre a terra e que ele persegue a Mulher. As Feras do Mar e da Terra,
que muitos, demais adoram, seduzidos como estão pelos seus aspectos e
prodígios, aponde o meu Anjo que voa pelo meio do Céu, segurando o Evangelho
Eterno, bem aberto, até nas páginas até agora fechadas. Para que os homens
possam salvar-se por sua luz das espiras da grande Serpente das sete fauces,
que os quer sufocar em suas trevas. E na minha volta, que eu reencontre ainda a
fé e a caridade no coração dos que perseverarem, e sejam eles mais numerosos do
que a obra de Satanás.
II -
Despertar dos Sacerdotes e nos leigos um vivo amor ao Evangelho e a tudo
o que se refere ao Cristo. A primeira entre todas as coisas, há se ser uma
renovada para com minha Mãe, nas orações, nas quais está o segredo da salvação
do mundo. Ela, a minha Mãe, é a vencedora do Dragão maldito. Ajudai ao poder
dela, dedicando-lhe um renovado amor, e, com uma fé também renovada, e
procurando conhecer tudo o que a Ela se refere, Foi Maria que deu ao mundo o Salvador.
E o mundo ainda terá por meio dela a Salvação.
III - Dar
aos mestres do espírito e diretores de almas uma ajuda ao seu ministério,
estudando o mundo dos diversos espíritos, que se agitam ao redor de Mim, e dos
diversos modos por Mim usados para salvá-los. Porque seria tolice querer-se ter
um método único para todas as almas. Diferente é o modo de atrair à Perfeição
um justo, que espontaneamente já se inclina para ela, do modo que se haverá de
usar com um que tem fé, daquele que é pecador, e o que se haverá de usar com um
pagão. Vãs tendes muitos, até entre vós, se chegardes a julgar, como o vosso
Mestre, serem gentios aqueles que apenas são uns pobres seres que substituíram
pelo poder e a prepotência, uns o ouro, outros a luxúria, ou a soberba ou o seu
saber, o verdadeiro Deus. E diferente é o método que se haverá de usar para
salvar os modernos prosélitos, isto é, aqueles que aceitarão a ideia cristã,
mas não junto com uma cidadania cristã, pertencendo eles a Igrejas separadas.
Ninguém seja desprezado, e essas ovelhas dispersas, menos ainda. Amai-as, e
procurai reconduzi-las ao Ovil Único, para que o desejo do Pastor Jesus se
cumpra.
Alguns
objetarão, ao lerem esta Obra dizendo: “Não se lê no Evangelho que Jesus tenha
tido contatos com os romanos ou gregos, e por isso rejeitamos aquelas páginas.”
Quantas coisas não constam no Evangelho, ou transparecem apenas por detrás de
espessas cortinas de silêncio, deixadas cair pelos evangelistas, sobre
episódios que, pela inquebrantável mentalidade dos hebreus, eles não aprovavam!
Credes vós que conheceis tudo o que Eu fiz?
Em
verdade, Eu vos digo que nem mesmo depois de terdes lido e aceitado esta
ilustração sobre minha vida pública, ficais conhecendo tudo a respeito de Mim.
Teria Eu apressado a morte, por causa do cansaço, do cronista de todos os dias
do meu ministério, e de todas as ações realizadas em cada um daqueles dias, o
meu pequeno João, se Eu o tivesse feito conhecer tudo, a fim de vos transmitir
tudo! Pois bem. Há outras coisa feitas por Jesus, que se tivessem que ser
escritas uma por uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se
haveria de escrever, diz o João. Deixando de lado a hipérbole, na verdade Eu
vos digo que se devessem ser escritas, uma por uma, creio que o mundo não
poderia conter os livros que se haveriam de escrever. Deixando de lado a
hipérbole, na verdade Eu vos digo que, se devessem ser escritas todas as minhas
ações, todas as minhas lições particulares, as minhas penitências e orações
para salvar uma alma, seriam necessárias as salas de uma de vossas bibliotecas,
e uma das maiores, para conterem os livros que falam de Mim. E, também em
verdade Eu vos digo que seria muito mais fácil para vós jogar no fogo tanta
ciência inútil, poeirenta e venenosa, a fim de dar lugar aos meus livros, do
que ficar sabendo tão pouco sobre Mim e ficar adorando tanto aquela imprensa,
quase sempre suja de sensualidade ou de heresia.
IV -
Restituir à sua verdade as figuras do Filho do Homem e de Maria,
verdadeiros filhos de Adão, pela carne e pelo sangue, mesmo ainda de um Adão
inocente. Como nós devíamos ser os filhos do Homem, se o Progenitor e a
Progenitora não se tivessem rebaixado de sua perfeita humanidade, isto é, de
ser homem, ou seja, de ser uma criatura, na qual está a dupla natureza: a
espiritual, feita à imagem e semelhança de Deus, e a material, como vós sabeis
que eles procederam. Eles tinham sentidos perfeitos, isto é, submissos à razão,
pois por ela se revelava neles uma grande acuidade. Quanto aos sentidos, Eu
incluo também os morais, junto com os corporais. Portanto um amor completo e
perfeito, amor ao esposo, ao qual não era a sensualidade que a unia, mas
somente o vínculo de um amor espiritual, e para com o Filho muito amado. Amado
com toda a perfeição de uma mulher perfeita para com a criatura nascida dela.
Do mesmo modo como Eva devia ter amado a criatura dela nascida. Foi assim que
Eva deveria ter amado: como Maria, isto é, não por aquele gozo carnal e que ele
era filho, mas porque aquele filho era filho do Criador e da obediência
cumprida à sua ordem de multiplicar a espécie humana. E amado com todo o ardor
de uma perfeita fiel, sabendo que ele é seu filho, não de um modo figurado, mas
realmente Filho de Deus.
Aqueles
que julgam amoroso demais o amor de Maria a Jesus, Eu digo que considerem bem
quem era Maria, a Mulher sem pecado e, por isso, sem defeitos em sua caridade
para com Deus, para com seus pais, para com o esposo, para com o Filho, para
com o próximo, ao considerar que é que a Mãe via em Mim, além de ver o Filho de
seu seio e, finalmente considerar qual a nacionalidade de Maria. Ela era de
raça hebréia, uma raça oriental e de tempos muito anteriores aos atuais. Por
isso, desses elementos é que brota a explicação de certas amplificações verbais
de amor, que a vós podem parecer exageradas. Um estilo florido e pomposo, até
conversações comuns, e o estilo oriental e hebraico. Todos os escritos daquele
tempo e daquela raça disso são uma prova, e nem o correr dos séculos conseguiu
mudar muito o estilo do oriente.
Pretenderíeis
que, porque vós, vinte séculos depois, e quando a perversidade da vida matou o
grande amor, deveis, ao examinar estas páginas, que Eu vos desse uma Maria de
Nazaré igual á árida e superficial como é a do vosso tempo? Maria é o que é, e
não se troca a doce, pura, amorosa menina de Israel, Esposa de Deus, Mãe
virginal de Deus, por outra excessivamente, doentiamente exaltada, ou por uma
glacialmente egoísta mulher do vosso século.
Aqueles
que julgam amoroso demais o amor de Jesus por Maria, Eu digo que Eu, era Deus,
e que Deus Uno e Trino, gozava de todo o conforto, ao amar Maria, Aquela que
lhe dava uma reparação pela dor de toda a raça humana, o meio pelo qual Deus
pudesse tornar a gloriar-se de sua Criação, que forma os cidadãos para os seus
Céus. E finalmente considerem que todo amor se torna culpável quando, e somente
quando cria uma desordem, isto é, quando vai contra a vontade de Deus e deixa
de cumprir o seu dever.
Agora
considerai bem: o amor de Maria fez isso? O meu amor fez isso? Será que Ela me
entreteve com um amor egoísta, para Eu não cumprir toda a vontade de Deus? Terei
Eu, por um amor desordenado, renegado talvez a minha missão? Não. Um e outro
amor tiveram o mesmo desejo: que se cumprisse a vontade de Deus para a salvação
do mundo. E a Mãe disse todos os adeuses ao Filho, e o Filho disse todos os
adeuses à Mãe, para entregar o Filho do magistério público, e à Cruz do
Calvário, entregando a Mãe à solidão e à angústia, para que Ela fosse a
Co-redentora, sem levar em conta a nossa humanidade, que se sentia dilacerada,
nem o nosso coração que se despedaçava pela dor. Será isso uma fraqueza? Um
sentimentalismo? É um amor perfeito, ó homens que não sabeis amar, e não
compreendeis mais o amor e as suas vozes!
E
esta obra tem por escopo iluminar uns pontos que um complexo de circunstâncias
cobriu de trevas e que agora forma as faixas escuras dentro da luminosidade do
quadro evangélico e há pontos que perecem fraturas, e não são mais do que
pontos escuros, entre um episódio e outro, são pontos indecifráveis e que no
poder de decifrá-los é que esta a chave para se compreender exatamente certas
situações, que se haviam formado e certas atitudes fortes, que Eu tinha devido
tomar, em contraste com as minhas exortações contínuas ao perdão, a mansidão e
a humildade, certos enrijecimentos para com os teimosos e os adversários
inconvertíveis. Lembrai-vos de que Deus, depois de ter usado toda a sua
misericórdia, para honra de Si mesmo, sabe também dizer “Basta” aqueles que,
porque Ele é bom, crêem ser lícito abusar de sua longanimidade, e tentá-lo. Com
Deus não se brinca. É uma palavra antiga e sábia esta.
V -
Conhecer exatamente a complexidade e duração da minha longa Paixão, a
qual culmina na Paixão cruenta completada em poucas horas, mas que me havia
maltratado em um tormento quotidiano, que durou lustros e lustros e, que foi
sempre aumentando, e, com a minha, a paixão da Mãe, a qual a espada da dor
transfixou o coração, durante um tempo igual. E levar-vos, pelo conhecimento
disso, a amar-vos mais.
VI -
Demonstrar o poder de minha Palavra e os efeitos diversos da mesma, sob
a condição de que quem a recebesse pertencesse à fileira dos homens de boa
vontade, ou a daqueles, entre eles, que tinham uma vontade sensual, que nunca é
reta.
Os
Apóstolos e Judas. Ai estão dois exemplos opostos, Os primeiros,
imperfeitíssimos, rústicos, ignorantes, violentos, mas tinham boa vontade.
Judas, douto mais do que a maioria deles, refinado pela sua vida na Capital e
no Templo, mas de má vontade. Observai a evolução dos primeiros no Bem e sua
subida.
Observai
essa evolução na perfeição dos Onze bons, sobretudo a daqueles que, por um
visível defeito mental, estavam acostumados a desnaturar a realidade dos
santos, fazendo do homem que atinge a santidade, como uma dura, duríssima luta
contra as forças poderosas e tenebrosas. Um ser desnaturado, sem concupiscência
e sem arrepios, e, portanto sem méritos. Porque o mérito vem justamente da
vitória sobre as paixões desordenadas e as tentações, vitória conseguida por
amor a Deus, e para conseguir o último fim: gozar de Deus para sempre.
Que
observem isto aqueles que pretendem que o milagre da conversa deva vir só de
Deus. Deus dá os meios para converter-se, mas Ele não violenta a vontade do
homem e, se o homem não quer converter-se, inutilmente terá o que ao outro
serve para a conversão.
Considerem
aqueles que examinam os múltiplos efeitos da minha Palavra, não somente sobre o
homem humano, mas também sobre o homem espiritual. E não só sobre o homem
espiritual, mas também sobre o homem humano. A minha Palavra, recebida com a
boa vontade, transforma um e o outro, conduzindo-os a perfeição externa e à
interna.
Os
Apóstolos que por sua ignorância e por minha humildade tratavam o Filho do
homem com uma confiança excessiva um bom mestre entre eles, e nada mais, um
mestre humilde e paciente, com o qual era lícito tomar liberdades, às vezes
excessivas. Mas isso, feito por eles, não era uma falta de respeito, mas uma
ignorância, e por isso está desculpada, os apóstolos, briguentos entre si,
egoístas, ciumentos no seu amor e do meu amor, impacientes com o povo, um pouco
orgulhosos de serem “os apóstolos”, ansiosos por verem tudo o que causa
admiração ao povo, como os milagres feitos por Jesus, que os fazem ser vistos
como uns dotados de um poder extraordinário e, devagar mas continuamente, se
vão transformando em homens novos, que antes dominam as suas paixões, a fim de
Me imitarem, e Me fazem ficar contente, depois que eles, conhecendo sempre mais
o meu verdadeiro Eu, mudando os modos e o amor, até Me verem, Me amarem e Me
tratarem como Senhor Divino. São eles talvez o termo desta minha vida sobre a
terra, ainda aqueles companheiros superficiais e alegres dos primeiros tempos?
Eles o são, sobretudo depois da Ressurreição, os amigos que tratam o Filho do Homem
como Amigo? Não. Primeiro, eles são ministros do Rei. Depois são os sacerdotes
de Deus. Todos diferentes, completamente transformados.
Considerem
isto aqueles que o julgarem muito fortes, e julgarão, então desnaturada a
natureza dos apóstolos, que era como está descrita. Eu não era um doutor
difícil, nem um rei soberbo, não era um mestre que julga indignos dele os
outros homens. Eu soube compadecer-me deles. Eu quis formar usando materiais
brutos, encher de perfeições de toda espécie uns vasos vazios, e mostrar que
Deus tudo pode, e que de uma pedra Ele tira um filho de Abraão, um filho de
Deus, e de um mestre, a fim de confundir os mestres jactanciosos de sua
ciência, que, muitas vezes perdeu o perfume da minha.
VII -
Afinal, fazer-vos conhecer o mistério do Judas, aquele mistério que a
queda de um espírito, que Deus tinha beneficiado extraordinariamente. Um
mistério que em verdade se repete por demais frequentemente, e que é a ferida
que dói no coração do vosso Jesus.
Fazer-vos
conhecer como se cai, transformando-se de servos e filhos de Deus em demônios e
deicidas, que matam a Deus neles, matando a Graça para impedir-vos de pôr o pé
sobre os caminhos dos quais se cai no abismo, e para ensinar-vos o que fazer,
para ver como se há de entreter os cordeiros imprudentes que se atiram no
abismo.
Aplicai
a vossa inteligência em estudar a horrenda e no entanto comum figura do Judas,
complexo este no qual se agitam como uma serpente todos os vícios capitais, que
vós achais e tendes de combater nisto ou aquilo. E a lição que deveis
especialmente aprender, pois ela será a que vos vai ser mais útil no vosso
magistério de mestres do espírito e de diretores de almas. Infelizmente quantos
há que, em todos os estados da vida, imitam ao Judas, entregando-se a Satanás,
e encontrando a morte eterna.
E
agora? Que é que dizeis ao vosso Mestre? Não faleis a Mim, mas falai em vosso
coração. E, se tiverdes facilidade em fazê-lo, falai ao pequeno João.(Valtorta)
Mas, em nenhum dos dois casos falai com aquela justiça que Eu gostaria de ver
em vós. Não falais para fazê-lo sofrer, e estareis faltando com a caridade para
com uma cristã, a coirmã, o instrumento de Deus. Em verdade Eu vos digo, ainda
mais uma vez, que não é uma tranqüila alegria ser instrumento Meu: é um cansaço
e esforços, em tudo há dor, e seria necessário que pelo menos os sacerdotes, e
especialmente os coirmãos, ajudassem a esses pequenos mártires, que vão para a
frente, debaixo de uma cruz. E, porque no vosso coração, falando a vós mesmos,
tendes um lamento de soberba, de inveja, de incredulidade, e outros. Mas Eu vos
darei resposta as vossas lamentações, e aos vossos espantos de escandalizados.
Na
tarde da última Ceia, aos onze que me amavam Eu disse: “Quando o Espírito
Consolador tiver vindo, Ele vos fará lembrar de tudo o que Eu vo-lo disse.”
Quando Eu falava, tinha sempre presente, além dos presentes, todos aqueles que
teriam sido meus discípulos no espírito de verdade, e com vontade de querer. O
Espírito Santo, que já com sua graça infunde em vós a faculdade de querer
lembrar-vos de Deus, afastando as almas do desvario da Culpa Original, e
livrando-as dos ofuscamentos que, pela triste herança de Adão, envolvem a
luminosidade dos espíritos criados por Deus, para que não gozassem da vista e
do conhecimento espiritual dos espíritos criados por Deus, a fim de que gozasse
dela, e completa sua obra de Mestre, fazendo que se lembrem de tudo o que Eu
disse e que constitui o Evangelho.
E
lembrar-se aqui significa deixar-se iluminar pelo espírito dele. E assim
conduzidos, os que são filhos de Deus, pois nada vale recordar as palavras do
Evangelho, se não se compreende o espírito delas. O espírito do Evangelho, que
é amor, pode tornar-se compreensível pelo Amor, isto é, pelo Espírito Santo, o
qual, assim como foi o verdadeiro escritor do Evangelho, é também o único
Comentador, pois só o autor de uma obra sabe o espírito dela, e o compreende,
ainda que não consiga fazê-lo compreender aos leitores da mesma. Mas, onde não
consegue um autor humano, porque toda feição humana é rica em defeitos, aí
chega o Espírito Santo, autor do Evangelho, e é Ele que também o recorda,
comenta e completa profundamente para as almas dos filhos de Deus.
Consolador,
o Espírito Santo, que o Pai vos mandará em meu Nome, vos ensinará todas as
coisas, vos fará lembrar-vos de tudo o que Eu disse(João 14,26)
Quando
pois, tiver vindo aquele Espírito da Verdade, Ele vos ensinará toda a Verdade.
Ele não vos falará por Si mesmo, mas dirá tudo aquilo que ouviu e vos anunciará
o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo
anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso é que Eu disse que Ele receberá
do que é meu, e vo-lo ensinará.(João 16, 13-15)
Porque
se vós objetais que, sendo o Espírito Santo o Autor verdadeiro do Evangelho,
não se compreende que Ele não se tenha lembrado de tudo o que nesta obra foi
dito e de tudo o que João diz que aconteceu, naquelas palavras do fim do
Evangelho com que ele termina o seu Evangelho. Eu vos respondo que os
pensamentos de Deus são diferentes dos homens, mas são sempre justos e
insindicáveis.
E
ainda: se objetais que a revelação terminou com o último dos Apóstolos e que
não havia nada mais a acrescentar, porque o próprio Apóstolo diz no Apocalipse:
“Se alguém de vós acrescentar alguma coisa, Deus porá sobre ele as pragas
escritas neste livro.”(João 22,18) e isso pode ser entendido em toda a
revelação, da qual o Apocalipse de João é o último coroamento, Eu vos respondo
com esta obra acrescentada à revelação, mas que foram preenchidas as lacunas produzidas
por causas naturais e desejos sobrenaturais. E, se Eu quis comprazer-me em
reconstruir o quadro da minha divina Caridade, assim como faz um restaurador de
mosaicos, que quer recolocar as peças estragadas, ou que faltavam, restituindo
assim ao mosaico sua completa beleza, assim Eu me reservei o trabalho de fazer
isso neste século no qual a Humanidade se precipita no rumo do Abismo das
trevas e do horror, e podeis vós evitar que Eu o faça? Podeis, por acaso dizer
que não há necessidade disso, vós que tendes um espírito tão nublado, tão
surdo, enlanguescido, diante das luzes, das vozes e dos convites do Alto?
Em
verdade, vós deveríeis falar bem de Mim, pois Eu com novas luzes, aumentei as
luzes que já tínheis, que vos era bom, mas suficiente para “ver” o vosso
Salvador?
Ver
a Vida, a Verdade e o Caminho, e sentirdes ressurgir em vós aquela comoção
espiritual dos justos do meu tempo, chegando através deste conhecimento a uma
renovação dos vossos espíritos no amor, que seria para vós salvação, visto que se
eleva para a perfeição.
Eu
não digo que sois uns “mortos”, mas adormecidos, sopitados, dominados pelo
sono, semelhantes às plantas durante o sono do inverno. O Sol Divino vos está
mandando os seus fulgores.
Despertai!
E bendizei a este Sol que se doa, e acolhei-o com alegria, a fim de que vos
aqueça, desde a superfície até a profundidade, e vos acorde, vos cubra de
flores e de frutos. Levantai-vos, vinde ao meu presente. Tomai e comei. Tomai e
bebei, Eu disse aos Apóstolos.
Se
tu conhecesses o dom de Deus, e quem é que te está dizendo: “Dá-me de beber”,
tu mesma terias pedido água a Ele, e Ele te teria dado a “Água Viva” como Eu
disse à Samaritana.
Eu
o digo ainda agora, tanto aos doutores, como aos samaritanos. Porque ambas
estas classes extremas têm necessidade dele, e necessidade têm aqueles que
estão entre os dois extremos, os primeiros para não ficarem desnutridos e
despojados de forças até para se moverem a si mesmos, e de nutrição
sobrenatural para os que estão sofrendo pela falta do conhecimento de Deus, do
Homem-Deus, do Mestre e Salvador. E os segundos, porque suas almas têm
necessidade de água viva, quando estão perecendo longe das fontes. Aqueles que
estão no meio, entre os primeiros e os segundos, a grande massa doa que não tem
pecados graves, mas também os extáticos, que não progridem, ou por preguiça ou
por tibieza, por algum conceito errado sobre o que é santidade, aqueles que são
escrupulosos em seu medo de se condenarem, ou de serem observantes, a fim de
não se enredarem em um labirinto de práticas superficiais, tais não ousam dar
um passo sobre o caminho íngreme muito difícil da heroicidade, para que com
esta prática, recebam o empurrão inicial, a fim de saírem de sua modorra e
recomeçarem pelo caminho heróico.
Eu
vos digo estas palavras. E vos ofereço este alimento e esta bebida que é água
viva. A minha Palavra é Vida. E Eu vos quero na vida comigo. E multiplico a
minha palavra, a fim de contrabalançar os miasmas de Satanás, que destroem em
vão as forças vitais do espírito.
Não
Me rejeiteis. Eu tenho sede de dar-me a vós. Porque Eu vos amo. Esta é a minha
inextinguível sede. Tenho o ardente desejo de comunicar-me convosco. A fim de
tornar-vos prontos para o banquete das núpcias celestes. E vós tendes necessidade
de Mim, para não vos enfraquecerdes, para poderdes vestir-vos com uma veste
ornada para as núpcias do Cordeiro, para a grande festa de Deus, depois de
terdes superado a tribulação, neste deserto cheio de espinheiros e serpentes,
que é esta terra, a fim de passar por entre répteis, ter que beber venenos sem
morrer, tendo-vos em Mim. E ainda vos digo: “Tomai, tomai sem morrer, tendo-vos
em Mim.” E ainda vos digo: “Tomai, tomai esta obra, mas não a seleis.” E, sim,
lede-a fazei que a leiam, porque o tempo está chegando e quem é santo, faça-se mais
santo ainda.
A
Graça do Senhor vosso Jesus Cristo esteja com todos aqueles que neste livro
vêem um aproximar-se de Mim e solicitam que se cumpra para sua defesa, com este
grito de amor: Vem, Senhor Jesus.
(O
Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 10. Pgs. 498 a 509)
Maria Valtorta e seu martírio
A Igreja Católica
define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial,
está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé
cristã compreender gradualmente seu conteúdo.
Isso não impede que
haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação
definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma
determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não
canônicos.
O especialista
François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.
Maria Valtorta,
mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com
vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um
anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações
físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.
Seu confessor, ao
ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso
aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a
1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes,
entre eles sua obra mais conhecida: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800
páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.
O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o
Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos.
A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas
personalidades da Igreja.
Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma
pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.
O leitor desta
narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como
um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista
teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)
Maria Valtorta foi “Porta Voz” e mensageira de
Jesus. Assim como o Evangelista João por um milagre de Deus viu o futuro, e
desta visão escreveu o Apocalipse, para Valtorta, Deus permitiu o milagre de
ver o passado, no tempo de Jesus, e desta visão escreveu os livros “O Evangelho
como me foi Revelado. Nenhum outro visionário em toda história da humanidade,
passou tantas revelações a respeito da vida de Jesus como Valtorta. Leiam, e se
emocionem como eu me emocionei, diante da profundidade documental destes livros
inesquecíveis e verdadeiros. (Don Ottavio Michelini teve uma revelação, o qual
confirmou que Jesus se comunicou com Maria Valtorta para escrever as passagens
dos Evangelhos, e a própria Maria Santíssima através das visões de Marija e
Vicka em Medjugorge, também confirmaram ser Jesus).
Cumpro portanto, com a divulgação
no meu blog das passagens e revelações de Jesus dadas a Valtorta, um desejo de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Que pede para que não selemos as suas Palavras.
Quem se sentiu tocado na alma por
estas palavras, faça também a divulgação para que o maior numero possível de
pessoas possam ser salvas, ou acrescidas de conhecimento.
A paz de Jesus.